Torres fornece senhas falsas para a PF e tem depoimento adiado

Atualizado em 28 de abril de 2023 às 12:17
Ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. (Foto: Reprodução)

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres forneceu, durante depoimento à Polícia Federal (PF), senhas inválidas para acessar os dados em nuvem de seu celular que ele diz ter perdido nos EUA.

Os advogados do ex-ministro, segundo a PF, disseram que ele havia passado a colaborar com a apuração, tendo fornecido inclusive as senhas para acesso aos dados, o fato de Anderson ter fornecido as senhas erradas após tal sinalização de colaboração teria irritado os investigadores do caso. Na avaliação dos agentes, isso mostra que o ex-ministro está contribuindo para ficar preso por mais tempo.

Torres está detido desde 14 de janeiro, por suspeita de omissão e conivência com os atos anti-democráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. Atualmente, o ex-ministro está sendo questionado sobre as senhas inválidas que forneceu. A suspeita da PF é que Anderson tenha fornecido senhas falsas ou irá alegar que acabou dando informações erradas.

Atos anti-democráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. (Foto: Reprodução)

De acordo com Andréia Sadi, colunista do G1, a PF, mesmo com as senhas incorretas fornecidas pelo ex-ministro, conseguiu acessar parte do material. O celular de Torres é checado pelos agentes com o objetivo de descobrir trocas de mensagens dele com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com integrantes do então comitê de reeleição do ex-capitão.

Mensagens relacionadas à minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro, além de informações sobre ações da Polícia Rodoviária Federal na tentativa de sabotar a ida de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno das eleições de 2022, também são conteúdos buscados pela PF.

Desde o começo da semana no entanto, a defesa de Anderson Torres está pedindo no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus, com a justificativa de que o ex-ministro corre risco de cometer suicídio dada sua situação atual. O caso das senhas, entretanto, dificultou essa estratégia dos advogados de Torres. Ele deveria ser ouvido nesta semana mas a PF optou em postergar seu depoimento.

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