O ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (8) à Polícia Federal (PF) sobre a sua atuação nas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022.
À época, policiais rodoviários realizaram bloqueios e fiscalizações em vans e ônibus, principalmente no Nordeste. A operação teria sido implementada para dificultar o acesso de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às urnas.
Durante a oitiva realizada na sede da PF, o delegado negou interferências na corporação durante o pleito. Torres chegou ao prédio por volta das 14 horas e ficou até as 17 horas.
Ao ser questionado sobre as operações da PRF, Torres disse que não houve uma “determinação” do Ministério da Justiça para atuação conjunta do órgão e da PF.
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal confirmou ter recebido uma planilha com os locais onde Lula e Bolsonaro foram mais bem votados no primeiro turno, mas negou que compartilhou o documento com a PRF ou com a PF na Bahia.
Torres ainda disse aos investigadores que sua única preocupação era o combate a possíveis crimes eleitorais, independentemente de qual candidato estivesse sendo beneficiado pelos delitos.
Sobre a sua ida à Bahia nas vésperas no segundo turno, o ex-ministro alegou que viajou a convite do então diretor-geral da PF, Márcio Nunes, para visitar uma obra.
Após o depoimento, Torres retornou ao Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde está preso desde 14 de janeiro. O delegado está detido devido a outra investigação, por suspeita de omissão nos atos de 8 de janeiro.