O ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), informou que o Governo Federal irá esperar até a próxima segunda-feira (16) para que o ex-secretário e ex-chefe da pasta, o delegado Anderson Torres (União), se apresente à Justiça. Se isso não acontecer, o Executivo poderá solicitar sua extradição ao governo norte-americano.
O delegado atualmente é investigado em um inquérito que apura sua responsabilidade nos atos terroristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Além disso, ele teve uma prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Até então, Torres estava em “viagem de férias” em Orlando, nos Estados Unidos.
“Temos o anúncio de que o senhor Anderson, nos próximos dias, após a decretação de prisão, iria se apresentar, mas não houve ainda a marcação da data [de apresentação]. Nós vamos aguardar até a segunda-feira, nós desejamos que ele se apresente”, iniciou Dino, sobre uma eventual prisão.
“Caso essa apresentação não se confirme, pelos mecanismos de cooperação internacional, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados para a realização de extradição”, continuou.
A declaração do ministro da Justiça foi feita após uma cerimônia em que homenageou os agentes que combateram os invasores terroristas em Brasília neste domingo (8).
As falas de Dino aconteceram um dia após a a apreensão de uma proposta para instauração de um Estado de Defesa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encontrado no armário de Torres, em sua residência. A Polícia Federal continua investigando as circunstâncias de sua elaboração.
Agora, com sua decretação de prisão, delegados da PF dizem que, com o avanço das investigações sobre os atos terroristas, Anderson será alvo de um processo administrativo interno que resultará em sua exoneração definitiva da corporação. A situação do delegado teve uma péssima escalada.
Além disso, sem contar as invasões aos Três Poderes, com uma nova decisão de Moraes, o inquérito sobre a responsabilidade de Torres nos atos terroristas segue separado ao dos atos bolsonaristas antidemocráticos, a organização de acampamentos, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por ora, até mesmo os aliados mais próximos de Torres acreditam em um terrível desfecho para o delegado por todo esse caso. O ex-ministro da Justiça ainda não se posicionou publicamente.