Um relatório detalhado de organizações de direitos humanos destacou uma série de incidentes graves durante a atual Operação Verão na Baixada Santista, incluindo execuções sumárias e tortura por parte da Polícia Militar. Baseado em investigações conduzidas após denúncias de moradores e familiares de vítimas, o documento revela um quadro alarmante de abusos de poder.
Entre os relatos mais chocantes está o caso de um jovem cuja casa foi invadida por policiais, que o teriam ameaçado e torturado colocando um saco plástico em sua cabeça. Além disso, de acordo com a Folha de S.Paulo, houve relatos de agressões físicas a testemunhas e manipulação da cena do crime para encobrir execuções.
“Após os tiros, os policiais isolaram o local e proibiram que os moradores saíssem de suas casas. Os policiais teriam tirado fotos para postagem nas redes sociais. Familiares das vítimas afirmaram que os corpos foram colocados um sobre o outro, formando uma cruz, e que os policiais dificultaram o socorro”, afirma o documento.
E continua: “Os familiares também relataram que foram impedidos de ver as marcas dos projéteis nos corpos durante a liberação para o velório e que a polícia controlou a entrega dos corpos para a cerimônia do velório. A mãe de uma das vítimas, informou que seu filho e a outra vítima estavam mortos no momento em que a polícia fez a retirada dos corpos e destacou que não houve perícia na cena do crime”.
As autoridades alegam legítima defesa em muitos casos, mas familiares e testemunhas contestam essas justificativas, destacando um padrão preocupante de violência policial.
O relatório também levanta preocupações sobre o tratamento dos corpos das vítimas, com alegações de obstrução à perícia e manipulação das evidências. Essas descobertas suscitaram críticas generalizadas à conduta da Polícia Militar e levaram a pedidos de investigação independente sobre os eventos ocorridos durante a Operação Verão.
O relatório, entregue ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, destaca a necessidade urgente de uma revisão completa das táticas policiais e dos protocolos de investigação para garantir a responsabilização e prevenir futuros abusos. A situação continua sendo monitorada de perto por organizações de direitos humanos e autoridades competentes.