O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), está empatado na liderança das pesquisas de intenção de voto. Sua campanha, baseada exclusivamente nas redes sociais, segue uma estratégia que se inspira em métodos utilizados por um influenciador britânico-americano polêmico, Andrew Tate.
Quem é Andrew Tate e Como Ele Influenciou Pablo Marçal?
Andrew Tate, de 37 anos, é um ex-atleta de kickboxing e filho de um renomado jogador de xadrez. Ele ganhou notoriedade após participar do reality show britânico “Big Brother” e ser expulso por comportamentos racistas e misóginos.
Atualmente, ele está em prisão domiciliar na Romênia, acusado de tráfico humano e outros crimes graves. Mesmo assim, seu método de manipulação de redes sociais tem sido altamente eficaz, a ponto de ele ter sido o nome mais buscado no Google em 2022.
A Estratégia de Redes Sociais de Tate e Marçal
A estratégia de Andrew Tate para dominar as redes sociais envolveu a contratação de jovens e trabalhadores subempregados para criar e impulsionar conteúdos de vídeo. Ele estabeleceu um sistema de remuneração por visualizações e engajamento, formando um verdadeiro “exército digital”.
Pablo Marçal adaptou essa metodologia, criando o que ele chama de “campeonato de corte”, onde paga milhares de pessoas para distribuir seus vídeos nas redes sociais.
A Eficiência da Estratégia de Marçal Comparada à dos Bolsonaros
Enquanto Jair Bolsonaro (PL), em sua campanha de 2018, usou o microdirecionamento digital com disparos em massa no WhatsApp e Twitter, Marçal inovou ao incentivar a produção e distribuição de vídeos com pagamento direto aos seguidores. De acordo com especialistas consultados pelo UOL, essa estratégia é muito mais eficaz e tem o potencial de remodelar as campanhas eleitorais futuras no Brasil.
“O que o Andrew Tate e o Marçal fazem é até difícil de comparar com os Bolsonaros. É outra escala. Perto deles o Carlos Bolsonaro é um menino talentoso da quinta série”, comparou o professor João Cezar de Castro, da UERJ.
A utilização desse método pelo ex-coach já levantou questões legais, pois o pagamento de seguidores para produção de conteúdo pode violar as leis eleitorais brasileiras. A Justiça Eleitoral está analisando o caso, e especialistas acreditam que novas regulamentações podem ser introduzidas para limitar esse tipo de prática nas eleições futuras.