A direita bolsonarista dominou o debate nas redes sociais sobre as chuvas no Rio Grande do Sul entre 1º e 15 de maio, conforme um estudo da FGV Comunicação Rio. Esse levantamento publicado pelo jornal O Globo revelou que perfis não ligados à política institucional ou órgãos oficiais foram os mais ativos na discussão.
A análise, que abrangeu 11,2 milhões de tweets, mostrou que a direita teve quase o dobro de interações comparado à esquerda, destacando uma forte politização da tragédia.
O estudo, focado em 195.788 posts, evidenciou que a direita controlou 47% das interações, enquanto a esquerda ficou com 25,4%. Perfis de entretenimento e de fã-clubes também participaram, embora com menor relevância.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a direita politizou a tragédia para promover uma agenda específica, com 66% das interações vindas de figuras públicas e influenciadores, e apenas 22% de políticos institucionais.
Na esquerda, 48% dos perfis eram de artistas ou influenciadores, com 28% ligados a veículos de mídia e ativistas. Políticos e figuras associadas à esquerda representaram 24% das interações, mas não lideraram o debate.
A personificação do debate envolveu nomes como o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), o ministro da Secom, Paulo Pimenta (PT), que assumiu um posto ministro de Estado da Secretaria Extraordinária de Apoio para Reconstrução do RS, e o coach Pablo Marçal (PRTB), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
O estudo aponta que esses nomes representaram a disputa sobre quem estava fazendo mais pelo RS: o governo estadual (Leite), o federal (Pimenta) e influenciadores da sociedade civil (Marçal). A discussão, inicialmente restrita ao RS, ganhou proporções nacionais a partir de 1º de maio, polarizando politicamente o tema.