As recentes chuvas torrenciais que assolaram o Rio Grande do Sul esta semana resultaram em um cenário desolador, com 37 mortos confirmados e 67 pessoas desaparecidas até o momento. Além dessas perdas, a catástrofe deixou milhares de habitantes sem serviços essenciais, evidenciando a dimensão do impacto causado.
A situação de emergência é agravada pelo fato de que, de acordo com a última atualização da Defesa Civil, mais de 860.952 domicílios estão sem abastecimento de água em todo o estado, representando cerca de 14% dos imóveis atendidos pela empresa Corsan. Esse número quase dobrou em relação aos registros anteriores, demonstrando a gravidade da crise.
Além disso, a falta de energia elétrica afeta significativamente a vida dos cidadãos gaúchos, com aproximadamente 350 mil imóveis sem eletricidade, segundo informações das distribuidoras RGE Sul e CEEE Equatorial. Essa ausência de serviços básicos torna ainda mais difícil a recuperação das áreas atingidas.
A devastação causada pelas chuvas não se limita apenas à falta de água e luz, mas também afetou diretamente o sistema educacional, com a suspensão das aulas em todas as 2.338 escolas da rede estadual, prejudicando quase 200 mil alunos. Além disso, pelo menos 224 escolas tiveram sua estrutura danificada, comprometendo ainda mais a situação.
A crise também se estende aos serviços de telefonia, com várias regiões afetadas pela interrupção dos serviços de telefone e internet. Operadoras como TIM, Vivo e Claro relataram problemas de conexão em diversos municípios, aumentando as dificuldades de comunicação e acesso à informação em meio à calamidade.
As rodovias estaduais também sofreram com os impactos das chuvas, com 128 trechos bloqueados total ou parcialmente em 68 estradas. Pontes desmoronaram, trechos ficaram submersos e deslizamentos de terra ocorreram, dificultando ainda mais o deslocamento e a logística de assistência às áreas afetadas.
Por fim, a população enfrenta uma situação de alerta devido ao aumento do nível dos rios, que ultrapassaram as cotas de inundação de forma extraordinária. O rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu seu maior nível desde 1941, levando à emissão de alertas de evacuação para moradores de áreas vulneráveis, agravando ainda mais a crise que assola o estado do Rio Grande do Sul.