Transição contabiliza 23 páginas de revogaços em decretos de Bolsonaro

Atualizado em 13 de dezembro de 2022 às 17:54
Lula e Bolsonaro durante debate nas eleições de 2022

Por George Marques

O governo de transição, instalado no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, concluiu nesta terça-feira (13) o trabalho que foi realizado por 32 grupos técnicos e dois conselhos que integraram a etapa de trabalho. Uma das medidas que serão sugeridas aos ministros que assumirão seus postos a partir de 1 de janeiro prevê a revogação de uma lista de atos do ainda presidente Jair Bolsonaro.

O coordenador político dos grupos, Aloizio Mercadante, disse que o novo governo vai receber um documento com 23 páginas de sugestões de portarias, decretos e demais atos de Bolsonaro e de seu governo que devem ser anulados.

“Estão revogando tudo, mas estamos passando por uma peneira. Cada medida e suas implicações. Os ministros vão avaliar com o presidente o que precisará ser revogado”, disse Mercadante. Ele também elogiou os diagnósticos contidos nos relatórios entregues pelos integrandes da transição.

O coordenador dos GTs afirmou que o trabalho da transição foi determinante para a formulação do texto da Proposta de Emendas à Constituição (PEC) que deve elevar em R$ 145 milhões o teto de gastos para custear o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Bolsa Família.

Em sua fala, Mercadante ainda cobrou a Câmara para que vote o texto o quanto antes, pois, segundo ele, é uma medida fundamental para amparar as pessoas mais pobres do País.

“Quem viu por dentro o que nós vimos sabe que essa PEC é indispensável ao País. Nós precisamos pagar R$ 600 reais do Bolsa Família”, disse. “Quem está pagando a conta desse apagão fiscal (do governo Bolsonaro são os mais pobres, o que mais precisam”, prosseguiu

Ao todo, foram 30 dias de trabalho centralizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), envolvendo 940 pessoas, sendo a maioria voluntários, para elaborar relatórios com o diagnóstico do que encontraram, além de orientações para os primeiros 100 dias de trabalho.

“Lula fez uma campanha muito participativa. Não se faz uma campanha de um governo democrático em cima de motocicleta, fazendo motociata. A gente faz campanha ouvindo, dialogando, conversando. O presidente Lula percorreu o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste, fazendo reuniões com movimentos culturais, cooperativas, sociedade civil organizada, cultura, educação, saúde, meio ambiente”, disse Alckmin.