Com o crescimento do número de casos e óbitos por conta do coronavírus, há preocupação dos sistemas de saúde com a sobrecarga dos leitos de UTI e dos respiradores mecânicos no país.
No caso dos leitos de UTI, 80% deles estão ocupados, quando consideramos a rede pública e a rede privada.
No Amazonas, Arthur Virgílio, prefeito de Manaus, já informou o colapso do sistema de saúde: a capital do estado só dispõe de mais seis leitos de UTIs.
A situação país afora não é muito diferente quando analisamos a distribuição de respiradores mecânicos.
O país tem 31,6 respiradores para cada 100 mil habitantes, número similar ao da Alemanha (34) e 2,5 vezes a taxa da Itália (12/100 mil habitantes).
Porém, eles estão mal distribuídos pelo território nacional. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, concentram 49,5% dos 65.411 equipamentos do gênero. São Paulo tem 18548; Rio de Janeiro, 7527; e Minas Gerais, outros 6263 respiradores.
Desses 65 mil respiradores, cerca de 71% estão no Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal têm mais desses equipamentos na rede privada do que no SUS.
Quando analisamos a distribuição per capita, a situação é ainda mais grave: no Distrito Federal são 72 respiradores para cada 100 mil habitantes – 2,25 vezes a média nacional. Rio de Janeiro, Mato Grosso e São Paulo são os outros três estados com mais de 40 respiradores a cada 100 mil habitantes. O Espírito Santo é o outro estado acima da média nacional de 31,6.
Na outra ponta da tabela, Amapá, Piauí, Maranhão, Pará, Alagoas e Acre têm menos de 20 respiradores mecânicos a cada 100 mil habitantes.
Em comum, todos estão situados nas regiões Norte e Nordeste. Somados, possuem 3722 respiradores – 20% do total existente em SP.
Um agravante nessa situação de emergência é que desses 65 mil respiradores, 3639 (5,6%) estão danificados.
Em São Paulo, 770 respiradores estão impróprios para utilização. No Rio de Janeiro, são 545 aparelhos quebrados, 7,6% do total.
Também nessa estatística, quem apresenta o pior número são estados do Norte e Nordeste.
Roraima tem 30% dos seus 156 respiradores quebrados; em Rondônia, 10% dos equipamentos estão fora de uso; na Paraíba, são 9,7% e em Alagoas são 7,3%. Ou seja, nesses estados há poucos respiradores e um percentual alto deles está sem uso.
Em 8 de abril, a China travou a venda de 15 mil respiradores para o Brasil.
A aquisição desses equipamentos ampliaria em 25% a capacidade de atendimentos das UTI, mas o dinheiro norte-americano, aliado às trapalhadas diplomáticas de Eduardo Bolsonaro, impediram o negócio.