Donald Trump, ex-presidente dos EUA, reconheceu que reteve informações militares “secretas” e que não havia retirado o sigilo das mesmas. As afirmações do ex-mandatário teriam ocorrido em gravação durante uma reunião de 2021. O material foi obtido e divulgado pela CNN.
“Como presidente, eu poderia ter desclassificado [como sigilosas], mas agora não posso”, disse Trump na transcrição dos arquivos de áudio.
Na reunião em questão, Trump estaria discutindo um documento do Pentágono sobre o ataque ao Irã.
O “retorno” das discussões acerca do tema fazem referência a abertura de um novo processo contra Trump pela Justiça americana. A investigação é do procurador especial Jack Smith sobre o manuseio incorreto de documentos confidenciais por parte do ex-chefe de estado.
Os detalhes da acusação não foram divulgados, portanto, não se sabe se alguma das sete acusações se refere à reunião registrada de 2021. Ainda assim, a gravação é significativa porque mostra que o ex-presidente tinha um entendimento de que os registros que possuía depois que deixou a Casa Branca eram confidenciais.
Trump, publicamente, afirmou que todos os documentos que trouxe com ele para sua residência na Flórida já haviam se tornado de domínio público. Enquanto era investigado a respeito da veracidade disso, ele criticava a investigação do procurador especial como uma caça às bruxas política, tentando interferir em sua campanha presidencial de 2024.
A transcrição da gravação de áudio sugere que Trump está mostrando o documento que está discutindo para os presentes e que ele tem conhecimento pleno de que se tratavam de informações sigilosas.
“Segredo. Esta é uma informação secreta. Olhe, olhe para isso”, disse Trump em um determinado momento. “Isto foi feito pelos militares e entregue a mim.”
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“Bem, com Milley – deixe-me ver isso, vou te mostrar um exemplo. Ele disse que eu queria atacar o Irã. Isso não é incrível? Eu tenho uma grande pilha de papéis, essa coisa acabou de aparecer”, disse Trump em outro trecho
Trump continua: “Todos os tipos de coisas – páginas inteiras, veja. Espere um minuto, vamos ver aqui. Acabei de encontrar, não é incrível? Isso ganha totalmente o meu caso, você sabe. Exceto que é altamente confidencial. Segredo. Esta é uma informação secreta. Olha, olha isso.”
Em março, os promotores intimaram Trump pelo documento mencionado na gravação de 2021. Os advogados do ex-presidente forneceram alguns documentos relacionados ao Irã em resposta à intimação, mas não conseguiram encontrar o documento em si.
A defesa de Trump disse que o ex-presidente recebeu uma intimação do Departamento de Justiça para comparecer ao tribunal nesta terça-feira (13) no sul da Flórida.
A investigação de Mar-a-Lago é uma das duas lideradas por Smith, que foi nomeado conselheiro especial em novembro pelo procurador-geral Merrick Garland. A investigação de Smith sobre os esforços para anular a eleição de 2020 ainda está em andamento.