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Por Kennedy Alencar
O presidente Donald Trump deixou claro no pronunciamento/entrevista de hoje que está pressionando nas discussões internas do governo por algum tipo de afrouxamento das recomendações de distanciamento social e fechamento dos estabelecimentos privados e públicos.
Ele disse que “a cura não pode ser pior do que o problema [o coronavírus]”, ecoando corrente de pensamento que defende o afrouxamento de restrições para evitar maior dano à economia.
Trump sugeriu que poderá rever, a partir da próxima segunda-feira, a duração de restrições e afirmou que não vê uma situação de fechamento do país que dure meses. Falou em semanas.
Na segunda, vencerá prazo de 15 dias dado pela força-tarefa da Casa Branca para o chamado distanciamento social. Ele não disse que afrouxará na segunda. Falou que talvez elas durem mais de uma semana. Depois, não foi claro. Confundiu.
O fato é que colocou o bode na sala. Ele prepara o caminho para aplicar algo na linha da teoria da imunidade coletiva, que seria deixar a população se contaminar em larga escala.
Acontece que isso pode levar ao colapso do atendimento hospitalar. Todas as medidas de mitigação em relação ao coronavírus têm o objetivo de reduzir o ritmo de contágio a fim de evitar um colapso do sistema de saúde, já estressado com os casos atuais.
A paralisia da economia está sendo comparada à Grande Depressão dos anos 30 do século passado. Se os EUA mudarem as regras sobre distanciamento social, isso tem repercussão planetária.
Trump também sugeriu que áreas do país com maior foco da doença, como a Califórnia e Nova York, podem ter medidas de restrição por período maior do que outras regiões dos Estados Unidos. A fala de Trump provocou discussões nos EUA, com críticas ao presidente. Em 24 horas, os EUA tiveram mais de 100 mortes por covid-19.