TSE: suspensão do julgamento de senador bolsonarista reduz pressão sobre Moraes

Atualizado em 2 de maio de 2024 às 18:39
Senador Jorge Seif (PL-SC). Foto: Pedro França/Agência Senado

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de suspender o julgamento sobre o senador Jorge Seif (PL-SC), acusado de ter cometido abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2022, foi visto como uma estratégia para o ministro Alexandre de Moraes ganhar tempo antes de chegar a uma conclusão sobre o caso. A informação é da Folha de S.Paulo.

Moraes está sendo pressionado por parte da cúpula do Congresso, bolsonaristas e até mesmo aliados para fazer um gesto ao Parlamento. Uma possibilidade seria evitar a cassação do mandato de Seif, medida considerada traumática por esse grupo e que poderia reacender propostas no Legislativo contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes da suspensão do julgamento, membros do Judiciário destacaram a absolvição unânime do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) como evidência de que não havia provas robustas para uma condenação.

Durante a sessão do TSE na última terça-feira (30), o relator do caso, ministro Floriano Azevedo Marques, solicitou a produção de mais evidências no processo e suspendeu o julgamento.

A maioria dos ministros concordou com Floriano, exceto o ministro Raul Araújo, que argumentou que a corte estaria reabrindo a instrução processual no caso, algo já realizado pelas instâncias inferiores.

Integrantes de cortes superiores consideraram incomum a decisão do TSE, alegando que cortes superiores devem se ater ao mérito e não às provas, o que ficaria a cargo dos TREs. Para eles, novas provas robustas poderiam embasar uma condenação.

Paralelamente, esses interlocutores afirmam que o TSE buscou ganhar tempo para negociar nos bastidores com bolsonaristas a fim de evitar ataques ao tribunal.

Embora advogados acreditem ser improvável a retomada do julgamento ainda neste semestre, pessoas próximas a Moraes dizem que o caso será reavaliado até o final de seu mandato na corte eleitoral, em junho.

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) interpretam a suspensão como uma manobra para adiar o desfecho do caso. Contudo, ao contrário de outras ocasiões, agora estão otimistas com uma possível absolvição de Seif.

Um interlocutor do senador sugeriu que o adiamento da decisão mantém os magistrados favoráveis a Bolsonaro “em dívida” com o político.

Além de Seif, as acusações pesam contra os dois suplentes da chapa, Hermes Artur Klann e Adrian Rogers Censi, os empresários Luciano Hang, dono das lojas Havan, e Almir Manoel Atanázio dos Santos, presidente do Sindicato Calçadista de São João Batista.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link