Uma instalação no Rio de Janeiro deixa peixes morrerem por falta de água no aquário
“Arte” já foi uma palavra ligada a gente como Leonardo da Vinci ou Di Cavalcanti criando imagens com pincéis e tintas numa tela. O conceito se ampliou no século 20, e passou a incluir modalidades como colagens, móbiles e “instalações”.
Essa ampliação de conceito trouxe novas possibilidades de “fruição estética”. Em alguns casos fez bem à humanidade. Em outros, abriu as portas para o inferno da mais pura picaretagem. Mas além de picaretas, esses novos conceitos de “arte” estão atraindo – e premiando – outro tipo de gente: psicopatas. Ficou internacionalmente famoso um “artista” da Guatemala cuja “obra” consistia em deixar um cão preso sem água nem comida na sala de exposições. As fotos mostravam os visitantes da galeria com seus cálices de vinho barato e um sorriso congelado no rosto admirando “artisticamente” a agonia do cachorro.
A ANDA (Agencia Nacional de Direito dos Animais) denunciou agora um trio de “artistas” brasileiros que foram para o mesmo caminho. Um deles é o pernambucano Rodrigo Braga que está expondo numa estação de metrô de Belo Horizonte uma horrenda coleção de fotos de animais mutilados. Esse mesmo “artista” exibe em seu site o vídeo de um canário impedido de voar por estar amarrado a outro canário morto.
O texto de apresentação desse “gênio” mostra o tipo de mistificação que alimenta sistematicamente essa indústria de falsos talentos: “vertente ilusória plena”, “fenda simbólica”, “embate seminal entre a realidade e o simulacro”, “investigação que descarrila a prospecção de sensações inesquecíveis”. Tom Wolfe virou um especialista em desmistificar essa mistificação que contamina o mundo das artes plásticas.
No Rio de Janeiro, a dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel expõe uma “instalação” onde plantas consomem a água do aquário de peixes dourados. Com o tempo a água do aquário acaba, e os visitantes do Centro Cultural Banco do Brasil podem se deliciar com a visão dos peixes morrendo.
Esse trio deveria estar enquadrado nas leis que reprimem a crueldade contra animais. Mas eles ganham dinheiro de instituições públicas como o Metrô de BH e o Banco do Brasil para exercer seus instintos sádicos.