Último a saber, Moraes se irrita com vazamento de indiciamento de Bolsonaro

Atualizado em 6 de julho de 2024 às 7:36
Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Carlos Moura/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se irritou com o vazamento da informação de que a Polícia Federal optou por indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas no caso das joias. Embora seja comum os furos jornalísticos, o relator do caso se incomodou por saber pela imprensa do relatório final da polícia antes mesmo de receber o documento, o que aconteceu só na sexta-feira (5), segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo.

A Polícia Federal explicou que houve um problema técnico no envio do relatório por e-mail na quinta-feira (4), devido ao grande tamanho do arquivo. Enquanto a imprensa já noticiava os indiciamentos por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, Moraes ainda não tinha recebido o documento.

“O gabinete do Ministro Alexandre de Moraes informa que, até o presente momento (18h00), os autos físicos e sigilosos da PET 11645 encontram-se na Polícia Federal, não tendo sido encaminhados ao Supremo Tribunal Federal qualquer pedido ou relatório”, informou o STF na noite de quinta-feira.

A entrega formal do relatório das joias sauditas ao STF ocorreu apenas na tarde de sexta-feira (5), após o ministro ordenar que o documento fosse encaminhado em versão impressa, devidamente registrado no protocolo da Corte. A distância entre a sede da PF e o STF, que é de cerca de 3,7 quilômetros, pode ser percorrida em 46 minutos a pé ou 9 minutos de carro.

O processo das joias é físico e sigiloso, mas o envio digital de relatórios e pareceres é possível se combinado com o gabinete do relator. Com a demora na entrega do relatório, Moraes só deve tomar qualquer decisão na próxima semana, incluindo a possibilidade de levantar o sigilo e autorizar o compartilhamento do documento com a defesa dos investigados.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Moraes já sinalizou que pretende atuar com celeridade no caso, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) quer agir sem pressa para evitar acusações de atuação política. Caberá à PGR decidir se apresenta uma denúncia contra Bolsonaro. Os delitos atribuídos ao ex-presidente pela PF possuem penas que podem chegar a 32 anos. Se a denúncia for aceita pelo STF, o inelegível será colocado no banco dos réus.

Dentro da cúpula do Partido Liberal já é dado como certo que a PGR vai denunciar o ex-presidente pelos crimes apontados pela PF: peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Na próxima semana, o inquérito pode concluir o relatório de outra investigação preocupante para o entorno bolsonarista: a trama golpista que visava impedir a posse de Lula. Este desdobramento pode trazer ainda mais tensão para a defesa do ex-presidente e seu grupo político.

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