Que você faz quando more uma pessoa querida, admirada?
Tony Blair fez amor. Morrera John Smith, líder do Partido Trabalhista. Na noite de 12 de maio de 1994, traumatizado, Blair solicitou os serviços conjugais de sua mulher, Cherie. O episódio é descrito em Jornada, as memórias de Blair. (A morte de Smith, apenas para registro, abriu espaço para Blair virar líder do partido e, logo depois, primeiro-ministro britânico por mais de uma década.)
Blair mergulhou no amor para ganhar força. “Eu era um animal seguindo o meu instinto.”
Foram poucas linhas, mas suficientes para Blair ser indicado para um prêmio concedido anualmente pela revista britânica Literary Review: o “Bad Sex Award”. É um reconhecimento a quem escreve sobre sexo de forma patética.
Os indicados são sempre ficcionistas. Pela primeira vez, um memorialista foi lembrado. Blair não ganhou. O vencedor foi o romancista Rowan Somerville, com uma frase matadora. “Como um lepidopterologista que rompe com um objeto pontudo a casca dura de um inseto, ele a penetrou.”
Somerville recebeu com graça a comenda. “Não existe nada mais inglês do que sexo ruim, e então aceito o prêmio em nome de toda a nação”, disse ele.
O Brasil importa muitas coisas da Inglaterra.
Poderia importar mais essa.
O patrono seria Chico Buarque, com a seguinte frase: “Quero ficar no seu corpo como tatuagem, que é pra seguir viagem quando a noite vem.”