De acordo com o portal da transparência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL) gastou, com diárias de viagens, praticamente um salário mínimo por dia em 2023.
Desde o início do ano até outubro, o mandato gastou R$ 333 mil em viagens, entre passagens aéreas e diárias da parlamentar e de seus assessores. Desse total, R$ 104 mil foram pagos diretamente à deputada.
Considerando nove meses, já que em janeiro os deputados estão de recesso, são em média R$ 1.222 por dia. O salário mínimo no Brasil é de R$ 1.320.
Campagnolo é conhecida por ser ferrenha apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e faz sucesso nas redes sociais com uma agenda “antifeminista”. Ela entrou para a política em 2018, tendo como uma de suas principais bandeiras o “Escola Sem Partido” e se reelegeu em 2022 como a mais votada do Estado.
Outro ranking que ela lidera entre todos os 40 deputados catarinenses é o de gasto de dinheiro público com viagens, mesmo tendo residência em Florianópolis, sede do Legislativo estadual.
Somente entre os meses de junho e outubro, a parlamentar fez quatro viagens internacionais. Em uma delas, recebeu R$ 13,3 mil por uma viagem de quatro dias em Buenos Aires, entre 10 e 14 de agosto. Neste valor não estão incluídos os gastos que a Assembleia Legislativa teve com passagens aéreas e com as diárias dos assessores que acompanharam Campagnolo.
Apenas dois meses antes, a deputada já havia visitado a capital Argentina, tendo recebido R$ 10,3 mil em diárias entre 1° e 4 de junho. Na justificativa oficial das duas viagens consta “reunião e visita com lideranças e entidades”, sem maiores detalhes. Ao todo, somando com a ida de sua assessoria, seu gabinete gastou R$ 47,2 mil somente com essas duas idas ao país vizinho.
A “volta ao mundo” de Campagnolo
Até outubro, a deputada bolsonarista fez cinco viagens internacionais, a maior parte delas na Europa, onde participou de eventos ideológicos, em que foram debatidos temas sem qualquer relação com as necessidades de Santa Catarina.
A viagem internacional mais cara foi para a Estônia, onde Campagnolo acompanhou as eleições parlamentares, mesmo estas tendo muito pouca ou nenhuma influência no Brasil. O custo total para acompanhar o pleito no país do Leste Europeu foi de R$ 20,9 mil para os cofres públicos, entre os dias 28 de fevereiro e 7 de março.
Em setembro, a deputada esteve na Suíça, sob a justificativa de “reunião/visita com lideranças/entidade”. A viagem de seis dias custou, entre diárias para a deputada e para seus assessores, R$ 12.870. Apenas nove dias depois de desembarcar em Florianópolis, Campagnolo viajou mais uma vez para a Europa, permanecendo dez dias entre Espanha e Portugal, sob a mesma justificativa. O custo em diárias foi de mais R$ 17.886,00 de dinheiro público.
A assessoria de Ana Caroline Campagnolo foi questionada sobre o assunto, mas preferiu não se manifestar.
Maconha
Em 2019, Campagnolo foi alvo de polêmicas nas redes sociais. Internautas resgataram tuítes antigos em que a deputada falava sobre fumar maconha. Pouco depois da repercussão, o perfil de Ana no Twitter foi excluído.
Em uma das antigas mensagens, a deputada disse que precisava de “alguma (c)ois(a) para co(n)seguir estud(ar) (b)em rap(i)dinho esses artigo(s)”. As letras em destaque formam a palavra “canabis”. O post é de 2012.
No mesmo ano, Ana afirmou que queria ter muito dinheiro, mas que “não queria trabalhar muito”. Ela ainda postou coisas como: “Acabei com a champagne que o meu marido trouxe. Além de adúltera, sou alcoólatra”; “Queria ter muito dinheiro. Mas não quero trabalhar muito pra isso. Como faz?”; “É impossível legalizar a maconha porque ela já é legal pra c…”.
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