O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, na última sexta (19). Durante a reunião, o líder petista reiterou a posição do Brasil em reconhecer a existência de “uma só China”, reafirmando o princípio contrário à independência de Taiwan.
Segundo informações do governo, a visita do chanceler chinês é preparatória para a chegada do presidente da China ao país. Inicialmente, prevê-se que Xi Jinping visite o Brasil em uma data próxima à reunião de líderes do G20, programada para o Rio de Janeiro no mês de novembro.
A reunião entre Lula e o representante chinês ocorreu na Base Aérea de Fortaleza (CE), onde o presidente tinha compromissos durante o dia. O Planalto, em comunicado divulgado mais tarde, destacou que durante a reunião, Lula e Wang Yi abordaram também os investimentos no Brasil da fabricante de automóveis elétricos chinesa BYD, que está estabelecendo-se na Bahia.
“O ministro apresentou as saudações do presidente Xi Jinping, e a reunião expressou o mútuo desejo de manter e desenvolver a forte relação e amizade entre Brasil e China. Na ocasião, Lula reiterou a posição brasileira de reconhecimento da existência de ‘uma só China'”, declarou o Planalto.
Além disso, o presidente brasileiro e a autoridade chinessa discutiram sobre a conjuntura internacional atual e trataram da “crescente parceria entre Brasil e China no setor de energias renováveis”, além de abordarem projetos e ações conjuntas na África. O governo concluiu destacando que “Wang Yi enfatizou que o Brasil é uma prioridade na diplomacia chinesa.”
Durante um discurso no Palácio do Itamaraty, Wang Yi sugeriu que os governos do Brasil e da China devem colaborar para alinhar os objetivos em comum. Ele chegou à Brasília na noite da última quinta (18).
Na manhã do sábado, o chinês teve um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Além das relações bilaterais, entraram na agenda a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Na ocasião, Vieira reforçou o discurso adotado por Lula e Xi Jinping.
“Reitero o apoio histórico, consistente e inequívoco do Brasil ao princípio de uma só China, conforme declaração adotada pelos dois presidentes (Lula e o chinês Xi Jinping)”, disse o ministro.
A declaração acontece após a vitória do candidato favorável à independência de Taiwan no país.