Em um voto enfadonho, com maioria de sete ministros formada para manter a suspeição de Moro, o que afeta os processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Mello votou contra nesta quarta (23).
“Sergio Moro surgiu como verdadeiro herói nacional, e passado algum tempo, é tomado como suspeito. E daí caminha-se para dar-se o dito pelo não dito, em retroação incompatível com interesses maiores da sociedade, os interesses maiores do Brasil”, afirmou o ministro decano do STF.
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Esse voto acompanhou o do relator, ministro Luiz Edson Fachin. Para Marco Aurélio, dizer-se que a suspeição do ex-juiz está revelada em “gravações espúrias” é admitir que ato ilícito produza efeitos, “valendo notar que a autenticidade das gravações não foi elucidada”. Além dele, resta votar o presidente do STF, Luiz Fux.
“De qualquer forma, estaria a envolver diálogos normais, considerados os artífices do Judiciário, que é comum no dia a dia processual. A toda evidência impõe-se, para respeitabilidade do Judiciário, o saneamento deste quadro, embora já proclamada de forma extravagante a incompetência da 13ª Federal de Curitiba”.
Também aproveitou a proximidade com a aposentadoria para criticar o colega Gilmar Mendes. Sem citá-lo nominalmente, ironizou o “perdido de vista” no caso de suspeição do ex-juiz Sergio Moro.
Se a maioria continuar no STF para reconhecer que Moro estava em condição suspeita ao julgar Lula, o resultado levará à anulação de todas as decisões proferidas pelo então juiz do caso, incluindo provas e denúncias coletadas, que não poderão ser utilizadas em um eventual novo julgamento pela Justiça Federal do Distrito Federal.
O placar está em 7 a 3.