O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou nesta quarta-feira (7) sua decisão de fechar o Congresso da República e implantar um “governo de exceção” no país sul-americano. O chefe do Executivo peruano realizou um pronunciamento poucas horas após um debate sobre a abertura de um processo de impeachment contra ele, em meio a graves acusações.
“Convoco no mais curto prazo eleições para um novo Congresso, com poderes constituintes para preparar uma nova Constituição em um período não superior a nove meses. A partir dessa data e até que se estabeleça o novo Congresso, será regido por decreto-lei”, declarou Castillo ao quebrar a ordem constitucional.
Um ato desse tipo não ocorre no país andino desde o autogolpe de Alberto Fujimori em 5 de abril de 1992.
“Atendendo à reivindicação cidadã em todo o país, tomamos a decisão de instaurar um governo de exceção, visando a instauração do Estado de direito e da democracia, para o que se decretam as medidas: dissolver provisoriamente o Congresso da República e instaurar estado de emergência excepcional”, acrescentou Castillo.
O presidente peruano também decretou toque de recolher em todo o território a partir de hoje, das 22h às 4h do dia seguinte, e determinou a reorganização do sistema de justiça.
Castillo disse ainda que todos aqueles que possuem armas ilegais devem entregá-las à Polícia Nacional no prazo de 72 horas. “Quem não o fizer comete crime punível com pena de prisão, que será estabelecida no decreto-lei”, afirmou.