Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou em entrevista ao Globo que é necessário que o bolsonarismo busque uma aproximação com o centro e até com eleitores de esquerda no Nordeste para ter chances de vencer a eleição de 2026. Apesar dessa estratégia, ele destacou que o maior desafio será convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ala mais radical do partido a adotarem essa postura mais moderada:
O primeiro turno expôs divergências entre o senhor e Bolsonaro. No Maranhão, o PL se coligou ao PT, por exemplo. O partido tende a ficar cada vez mais bolsonarista?
Bolsonaro não tem comparação. O que ele fez para nós jamais conseguiríamos na vida. Para ele, nós vamos ter de trazer esse pessoal para o nosso lado. Há lugares no Brasil, como no Maranhão, onde não há esquerda e direita. Há gente com fome. Vamos ter de trazer esse pessoal para ganhar a eleição. Trazer não é difícil. O duro é o Bolsonaro e o pessoal da extrema direita aceitar. Eles não querem.
No caso do Maranhão, seria o caso de trocar o diretório por pessoas mais bolsonaristas?
E vai encontrar bolsonarista onde no Maranhão? Agora, não é difícil, se você preparar o nosso pessoal, pedir para ir tirando esse pessoal desses partidos. Passa para o nosso ou passa para um outro partido que possa estar coligado com a gente. Mas isso não pode ser dez dias antes da eleição, como ele propôs para mim: “Não queremos coligação com ninguém da esquerda”.
É importante Bolsonaro aceitar essas alianças?
É importante porque nós temos que crescer. Nós temos que ganhar a eleição. O (senador) Rogério Marinho até falou uma boa esses dias: “Esse povo do Nordeste que vota no PT defende as nossas causas”. E é verdade isso. Agora, nós temos que ter jeito para trazer essa gente para nós.
Nós temos que trazer para ganhar a eleição em 2026. Se nós não trouxermos esse pessoal, nós não temos maioria. Temos de trazer, com jeito, com Bolsonaro. Ele fez muito por nós, tem de ter jeito. Eles têm de entender. Não só ele. O Nikolas também. Ele é muito radical. Tem gente boa em todos os lugares e temos de trazer esse pessoal.
O senhor defende mais diálogo?
Sim, para trazer esse pessoal para a direita. Esse pessoal do centro que queira vir para o nosso lado. (…)