Valdemar diz que relatório golpista do PL visa só 2º turno para evitar “grande tumulto”

Atualizado em 23 de novembro de 2022 às 18:14
Presidente do PL, Valdemar Costa Neto
Foto: Reprodução

O PL, partido de Jair Bolsonaro, disse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o relatório golpista apresentado ontem contra o resultado das eleições visa somente anular votos do segundo turno das eleições para evitar “grave tumulto processual”. O partido ignorou o primeiro turno do pleito, quando 99 deputados federais e oito senadores da legenda foram eleitos.

“Estender a verificação extraordinária pretendida também para o primeiro turno parece ser medida açodada, especialmente porque, como efeito prático, traria a própria inviabilidade da medida ora pretendida, em razão da necessidade de fazer incluir no polo passivo da ação todos os milhares de candidatos que disputaram algum cargo político nessas eleições, bem como seus Partidos, Coligações e Federações”, diz o partido.

A legenda respondeu o TSE nesta quarta-feira (23) após Moraes cobrar dados referentes ao primeiro turno da votação. O documento foi protocolado ao mesmo tempo em que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, concedia entrevista a jornalistas.

Valdemar justificou o relatório golpista enviado à corte eleitoral sobre o pedido de anular votos em 279 mil urnas dizendo que a Lei Eleitoral permite o questionamento em caso de “indícios” de erros ou problemas no sistema eleitoral. Ele, porém, negou que a medida busca nova eleição ou impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não se trata de pedir outra eleição, não tem sentido. É um negócio que envolve milhões de pessoas. Porque um cidadão que teve 200 votos, ele tem que participar do processo […] Então é uma loucura, só o PL tinha 2 mil candidatos. Imagino que os outros partidos também. E além de atingir governadores, senadores”, afirmou.

“Nós não estamos discutindo a eleição, estamos discutindo a história do Brasil. Porque a soma das urnas novas que têm todo o cadastro, dá uma vitória para o presidente Jair Bolsonaro de um milhão e 78 mil votos se não forem consideradas as urnas que têm indícios. E toda eleição, toda votação, não pode haver dúvidas sobre o voto”, disse.

O PL reafirma o pedido feito inicialmente de rever os votos em mais de 279 mil urnas, mas apenas no segundo turno, por considerar uma verificação “mais prática, objetiva e célere”. Segundo o partido de Bolsonaro, se o TSE realmente identificar as supostas “falhas”, poderia então decidir para ambos os turnos.

A legenda deixa de mencionar que os mesmos equipamentos foram usados no primeiro e no segundo turno o que demonstraria que se houve problema em um dos turnos, também teria ocorrido no outro.

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