Valdemar põe PL no golpismo e ajuda Lula a fazer maioria. Por Fernando Brito

Atualizado em 9 de novembro de 2022 às 7:28
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro

Por Fernando Brito

E eis que Valdemar Costa Neto sai do nada para declarar que seu partido “será oposição aos valores comunistas e socialistas, oposição ao futuro presidente” e que fará de tudo para conquistar para o PL a presidência do Senado.

Portanto, empurra o resto do Centrão – PP, PR e parte do União Brasil e do PSD – para um impasse: fazer alianças com o PL significa rompimento com o governo Lula já no início e antes que se tenha a oportunidade de barganhar cargos e posições.

Pior: ao insinuar que o tal relatório das Forças Armadas, a ser divulgado nesta quarta-feira trará desconfianças sobre o processo eleitoral, coloca as Forças Armadas sob a suspeita de estar a serviço de um golpismo que, a esta altura, soa a uma completa insanidade e que teria como consequência colocar o pais no nível de uma república bananeira, pretendendo com uma clarinada, dez dias depois, derrubar um resultado eleitoral que todas as suas instituições e todo o planeta reconhecem como legítimo.

Não se sabe o que levou o veterano “dono de partido” a agir assim, porque ele sabe que isso transforma o PL num PSL 2.0, o partido que Bolsonaro levou a ser a maior bancada da Câmara e em um ano destruiu.

Provavelmente, o próprio Bolsonaro, que controla a grande maioria dos 99 deputados e 12 senadores eleitos pela legenda e fará o que quiser com a legenda, inclusive despedaçá-la como fez a seu antigo partido.

Para quem conhece a trajetória de Valdemar, é de dar gargalhadas que ele venha a ser um líder golpista em nome da moralidade.

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