O relatório utilizado pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, sobre o resultado das eleições, faz conclusões incorretas de dados identificados pela legenda. Esses dados são de votos depositados em urnas de modelos anteriores a 2020.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a legenda questiona a ausência do código de série das urnas no “diário de bordo” desses equipamentos mais antigos. Além disso, alega que, não é possível fiscalizá-las. Há, porém, outros dados e formas para identificar essas urnas.
Em outras palavras, a falha apontada pelo partido do ex-capitão não impossibilita a vinculação do arquivo gerado pela urna (conhecido como log da urna) com sua urna física correspondente. Vale destacar também que o documento da sigla possui lacunas, uma vez que ignora o primeiro turno da eleição e a distribuição dos diferentes modelos de urnas dentro de um mesmo estado.
O Partido do chefe do Executivo também ignora a análise sobre como as urnas dos diferentes modelos foram distribuídas dentro de um mesmo estado ou de acordo com a quantidade de eleitores, já que nessas eleições foram usados seis modelos de urnas diferentes. Além do modelo 2020, urnas dos anos 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015 também foram usadas.
O PL afirma então que apenas as urnas de modelo 2020 foram “distribuídas aparentemente de forma proporcional e equitativa pelo país pela própria Justiça Eleitoral” e a partir disso, conclui que “os votos válidos e auditáveis do segundo turno” atestariam resultado diferente e dariam 51,05% dos votos a Bolsonaro.
Apesar de o problema apontado pela legenda ter ocorrido nos logs de ambos os turnos e o parecer considerar que os erros “são graves”, o PL, que elegeu a maior bancada do Congresso no primeiro turno, pede a invalidação apenas de votos do segundo turno.