Nesta quinta-feira (1), Celso Amorim, assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, expressou a decepção do Brasil com a demora na divulgação das atas da recente eleição presidencial na Venezuela. Ele afirmou que a lentidão do Comitê Nacional Eleitoral da Venezuela em liberar as atas está causando frustração entre as autoridades brasileiras.
Em entrevista ao programa ‘É Notícia’, apresentado por Kennedy Alencar na Rede TV, o assessor declarou que o Centro Carter, uma organização não governamental que monitora eleições globalmente, não é manipulado. A entrevista completa será exibida hoje, às 23h45.
“Em qualquer país, o ônus da prova está em quem acusa. Mas, no caso da Venezuela, o ônus da prova está em quem é acusado, em quem é objeto de suspeição. Em função de tudo o que já aconteceu, de todo o quadro político, há uma expectativa de que a Venezuela e o governo venezuelano possam provar a votação que ele alega ter tido”, disse o assessor.
Amorim também mencionou que a divulgação das atas poderia esclarecer dúvidas sobre a contagem dos votos. “Perguntei isso [sobre as atas] ao presidente Maduro disse que era uma questão de dois ou três dias”, afirmou.
“Estamos decepcionados com a demora do Comitê Nacional Eleitoral em publicar os dados”, diz Celso Amorim. Trecho do @_Enoticia no qual o chefe da Assessoria Especial da Presidência afirma que governo venezuelano tem “ônus” de “provar” vitória de Maduro. Entrevista vai ao ar às… pic.twitter.com/tEgLTwgYhZ
— Kennedy Alencar (@KennedyAlencar) August 1, 2024
Além das questões relacionadas à Venezuela, ele ainda criticou o governo de Benjamin Netanyahu em Israel. “Não se pode confundir o povo judeu, o governo Netanyahu e o estado de Israel. Nosso problema é com o governo Netanyahu. Se ele sai do poder pode ser que ele seja preso, há várias acusações sobre ele. A guerra é uma forma de ele se manter no poder”, concluiu.
O presidente Lula minimizou as preocupações sobre a eleição na Venezuela, afirmando na terça-feira (30) que não houve “nada de grave” ou “assustador” nas eleições e que a contestação da reeleição de Nicolás Maduro pela oposição é um “processo normal”. Lula fez essas declarações em entrevista à TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso.
Lula enfatizou que a posição do governo brasileiro não é um reconhecimento imediato do resultado, mas uma revisão interna está em andamento. O ex-chanceler Celso Amorim, enviado para acompanhar a votação, reforçou a necessidade de cobrança das atas ao presidente Maduro. O governo brasileiro só se pronunciará após a conclusão dessa revisão.
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