Neste domingo (3), venezuelanos vão às urnas para decidirem se querem que a região de Essequibo, hoje localizada na Guiana, seja anexada a Venezuela. A região é disputada pelos dois países há mais de um século, mas o conflito se intensificou após a descoberta de Petróleo no local em 2015 –em que as autoridades guianêses comercializam desde então.
A Guiana afirma que é proprietária do território por conta de um laudo datado de 1899, assinado em Paris, que estabeleceram as fronteiras atuais. Na época, o país era parte da região dominada pelo Reino Unido.
A Venezuela, por sua vez, reforça que é detentora da região por conta de outro entendimento: em 1966 fez um acordo com Reino Unido, em que laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.
Porém, há um entendimento de um terceiro ator na disputa geopolítica. Com receio da possível invasão, a Guiana foi até a Corte Internacional de Justiça na semana passada. Na última sexta (1), o órgão interpretou que o governo de Nicolas Maduro não pode anexar território do país vizinho tampouco fazer um referendo sobre o tema.
Como será a votação de hoje?
No referendo que acontece no domingo, os venezuelanos deverão responder cinco perguntas referentes ao conflito territorial entre Venezuela e Guiana. São elas:
- Você rejeita a fronteira atual?
- Você apoia o Acordo de Genebra de 1966?
- Você concorda com a posição da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça?
- Você discorda da Guiana usar uma região marítima sobre a qual não há limites estabelecidos?
- Você concorda com a criação do estado Guiana Essequiba e com a criação de um plano de atenção à população desse território que inclua a concessão de cidadania venezuelana, incorporando esse estado ao mapa do território venezuelano?
Tensão militar também afeta o Brasil
Como o Brasil faz fronteira com os dois países pelos estados de Rorraima e Pará, o Ministério da Defesa do Brasil afirmou que já ampliou a presença militar na região e acompanha as discussões.
A Guiana, por sua vez, planeja se defender com a ajuda estrangeira. Recentemente, o presidente Irfaan Ali esteve em Essequibo com militares e afirmou que o Departamento de Defesa na capital do país, Georgetown, enviará recursos ao território para que possam se preparar.
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