Venezuelanas atacadas por Bolsonaro se negaram a gravar vídeo para campanha do presidente

Atualizado em 18 de outubro de 2022 às 13:42
Bolsonaro durante podcast no qual disse que “pintou um clima” com adolescente venezuelana – Foto: Reprodução

As adolescentes venezuelanas que foram ofendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusaram a gravar vídeos para ajudar a desfazer o mal estar gerado pelas falas do ex-capitão.

Durante uma entrevista a um podcast de um influenciador amigo, na semana passada, o chefe do Executivo insinuou que elas seriam garotas de programa por estarem “arrumadinhas”, o que posteriormente foi desmentido.

Diante disso, a equipe de marketing de Bolsonaro queria que algumas delas divulgassem uma mensagem dizendo que tudo havia sido um mal entendido e estava esclarecido. No entanto, tanto as jovens quanto suas mães ficaram receosas devido ao desgaste e exposição que as declarações poderiam gerar, de acordo com informações do Estadão.

De acordo com pessoas que têm acompanhado de perto as venezuelanas, há uma certa preocupação com a repercussão das falas de Bolsonaro por parte delas. Além disso, é desejo comum delas que o presidente brasilero faça uma retratação pública. Entidades de direitos humanos, Defensoria Pública da União e o Ministério Público do DF tem acompanhado o caso.

O encontro fechado com as mulheres, nesta segunda-feira (18), entre a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita Damares Alves, se deu por conta dessa preocupação com a exposição. “Elas não exigiram nada. São mulheres muito boas”, disse a ex-ministra da Mulher.

Nesta terça-feira (18), porém, um pedido de desculpas acabou sendo gravado por Bolsonaro. No vídeo, o presidente aparece ao lado de Michelle e da embaixadora da Venezuela, María Teresa Belandria, indicada pelo presidente autoproclamado do país, Juan Guaidó.

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