Vera Magalhães recebeu a solidariedade de amigos e inimigos após ser atacada pelo deputado bolsonarista Douglas Garcia no final de um debate na TV Cultura que ninguém viu.
Lula afirmou que “debates deveriam ser notícia pelas propostas, não por ataques contra mulheres jornalistas”. Simone Tebet responsabilizou Bolsonaro e seu “comportamento covarde”.
Ciro Gomes falou em “uma múltipla ação terrorista”. Alckmin ressaltou que “tentativas de intimidação da imprensa são veneno para a democracia e não podem ser toleradas”.
Tarcísio de Freitas, correligionário de Garcia, frisou que a atitude “não condiz com o que defendemos em relação ao trabalho da imprensa”.
Rodrigo Pacheco condenou “esse tipo de comportamento hostil e mal-educado”.
Mas naquela mesa tá faltando ele. Sergio Moro.
O ex-juiz da Lava Jato, que Vera alçou à condição de semideus em tempos de antipetismo galopante, não se dignou a dizer uma palavra à antiga fã e aliada.
Justamente aquela Vera, que, num vídeo clássico dos tempos em que ela era estrela da Jovem Pan, se derretia em hipérboles acerca do talento de Moro para a estratégia.
“Eu tenho a impressão que ele, todo dia quando chega do trabalho, ele põe aquele paletó preto, camisa preta, gravata preta, que o Andreazza adora, e vai pra um tabuleiro de xadrez e estuda qual vai ser o próximo passo do oponente e aí ele dá uma encurralada”, disse Vera para Carlos Andreazza, ex-editor de Olavo de Carvalho que também matou a família e foi ao cinema.
Vera e Moro fazem parte de um projeto que fracassou terrivelmente — o lavajatismo, embrião do bolsonarismo — e arrastou para o buraco um país. Ela está lavando a biografia. Ele ficou para trás, abandonado.
O silêncio de Moro sobre Vera Magalhães diz tudo sobre o Brasil de hoje.
Enxadrista joga xadrez.
Moro não, ele vai para o xadrez.
Entendeu, @veramagalhaes? pic.twitter.com/w2lKviKkqC— Cândido Duarte??? (@candidopdneto) April 1, 2022