A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou no início deste mês uma lei autorizando um templo de cinco andares da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca.
A construção precisava passar pela aprovação dos vereadores.
O local é frequentado por Michelle Bolsonaro e o marido Jair. Ela ganhou uma festa de despedida da turma.
Foi presenteada com um mural em que aparece ao lado de Eva Perón, Margaret Thatcher, a Princesa Diana e a xará Michelle Obama.
Na proposta, o argumento é de que a igreja reúne “em torno de 8.000 pessoas em seus cultos, e além dos cursos de formação religiosa, fornece outros serviços à comunidade na área educacional, médica e assistencial, tais como cursos de línguas, pré-vestibular, cursos profissionalizantes, terapias para casais, atendimento jurídico, psiquiátrico, médico, psicológico e nutricional, programa de recuperação de dependentes químicos, esportes para jovens e para a terceira idade, balcão de empregos, entre outros”.
Os autores do projeto são Inaldo Silva (PRB), Felipe Michel (PSDB) e Marcello Siciliano (PHS).
Siciliano é investigado pela suspeita de ser mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Na manhã de sexta, dia 14, a Polícia Civil do Rio e o Ministério Público cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa, que também fica na Barra.
A operação tinha relação com a execução de Marielle e de Anderson.
Durante a apuração do caso, uma testemunha falou que Siciliano planejou o extermínio de Marielle juntamente com o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica.
Em abril, Siciliano prestou depoimento na Divisão de Homicídios na condição de testemunha.
Dois dias depois, um colaborador dele, Carlos Alexandre Pereira, foi morto a tiros na Taquara, Zona Oeste da cidade, tradicional reduto de milícias.
Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro citado pelo Coaf pela movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão, mora no bairro.
Em maio, uma ligação interceptada pela Polícia Civil mostrava Siciliano pedindo a ajuda de um miliciano para inaugurar um “projeto social” numa região controlada por essas organizações.
Siciliano nega todas as acusações.
“Não sou criminoso, não sou bandido. Sou um cara do bem”, afirma.