Após participar de ato por justiça para Moïse Kabagambe no último sábado (05), a vereadora do PT, Carol Dartora, denunciou que sofreu ataques racistas. Ela observou, nos perfis que a atacaram, uma possível vinculação com políticos bolsonaristas.
As ameaças aconteceram, segundo Carol, por associarem a imagem dela a uma suposta “invasão” à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no Centro de Curitiba. A vereadora, porém, não estava no momento em que aos manifestantes entraram na igreja. A assessoria da parlamentar afirmou que irá acionar o Ministério Público.
“A gente não acredita que os perfis sejam falsos. Em comum, observamos uma possível vinculação dos autores das ameaças e ataques recebidos com políticos bolsonaristas. Mas isso só será possível confirmar na investigação. Nossa assessoria jurídica está finalizando a denúncia. Será encaminhada diretamente para o Ministério Público ainda hoje ou no máximo na manhã de amanhã. Como vai direto para o MP, nossa assessoria explicou que não é necessário fazer o B.O”, disse a assessoria em nota ao DCM.
Leia também:
1- BBB 22 – Bárbara usa expressão racista ao falar de Douglas Silva: “Samba do crioulo doido”
2- Carol Dartora em Curitiba é vítima de racismo: “Preta safada”
3- Spotify tira do ar mais de 100 episódios de podcaster acusado de negacionismo e racismo
Vereadora repudia ataques
No início da tarde de hoje (9), Carol Dartora compartilhou no Twitter prints das mensagens recebidas em seu Instagram. Um usuário da rede social enviou: “Macaca fedorenta…vai pagar pelo que fez. Você não dura 2 meses”, claramente em tom de ameaça.
Ao DCM, a vereadora confirmou que não organizou o ato que pedia justiça por Moïse, mas participou dele. Ela também afirmou que não entrou na igreja supostamente invadida. Por fim, afirmou que é “muito triste o esvaziamento do objetivo do ato que era denunciar essa doença que é o racismo”.
“Eu não participei da organização do ato realizado aqui em Curitiba no último sábado, que pedia justiça por Moïse e Durval, mas como militante do movimento negro, como vereadora, estive na praça com outras pessoas, assim como já estive em tantos outros atos, protestando contra o racismo e a xenofobia. Não entrei na igreja, mas mesmo assim estou sofrendo ameaças racistas e contra a minha integridade”, disse.
“Essas atitudes desvirtuam a finalidade do ato e demonstram a violência do racismo na nossa sociedade. Estou sendo ameaçada, mais uma vez, porque sou uma mulher negra e protestei contra o racismo. Não condeno a indignação de quem entrou na igreja, mas é muito triste o esvaziamento do objetivo do ato que era denunciar essa doença que é o racismo”, finalizou.
Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link