Vereadores mudam foco de CPI 3 vezes, mas ainda miram Padre Júlio

Atualizado em 7 de fevereiro de 2024 às 18:56
O padre Júlio Lancellotti. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Câmara Municipal de São Paulo mudou o foco de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) três vezes, mas continuam mantendo o padre Júlio Lancellotti como alvo das investigações. Vereadores agora querem apurar se crianças que passaram por atendimento social da Prefeitura foram vítimas de abuso sexual.

A ideia inicial do bolsonarista Rubinho Nunes (União) era investigar um suposto mau uso de dinheiro público por ONGs que trabalham com pessoas em situação de rua. Em janeiro, no entanto, o vereador do MBL deixou claro que o objetivo da CPI era investigar o religioso.

Após a repercussão do caso, ao menos sete dos 24 parlamentares que assinaram o documento prometeram retirar seus nomes do documento. Mesmo assim, Rubinho quis prosseguir a perseguição contra o padre, mas citando supostas denúncias de abuso sexual contra ele.

O vereador disse ter recebido material que supostamente mostraria o padre se masturbando em uma conversa de WhatsApp. A Arquidiocese de São Paulo, no entanto, afirmou que a acusação era antiga e que uma investigação sobre o caso já havia sido arquivada antes por falta de provas.

Fernando Holiday (Republicanos), Rubinho Nunes (União) e Milton Leite (União). Foto: Câmara Municipal de São Paulo

Após a nova iniciativa fracassada, Rubinho desistiu de instalar o colegiado com o foco nas supostas de denúncias. Uma fake news do blog bolsonarista “Revista Oeste”, no entanto, motivou o vereador a criar um novo motivo para a investigação.

Segundo o blog, o jornalista Cristiano Gomes disse ter sido assediado pelo padre quando tinha 11 anos de idade, em 1987. Ele disse à “Revista Oeste” que Lancellotti pressionou seu corpo contra o dele após a missa de sétimo dia da avó e que o sacerdote teria ficado excitado.

A nova fake news impulsionou a iniciativa de Rubinho, mas seus colegas avaliam que seria necessário um novo acordo na Câmara Municipal e um novo requerimento para a instalação da CPI.

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