Anunciado como vice-presidente na chapa de Donald Trump para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, o senador J.D. Vance já foi um crítico do republicano. A escolha trouxe à tona antigas críticas do político contra o ex-presidente.
O senador chegou a chamar Trump de “Hitler da América” durante uma conversa privada.
James David Vance ganhou notoriedade ao publicar “Hillbilly Elegy” (“Era Uma Vez Um Sonho”) em 2016, um livro que explora a classe operária branca americana através da sua própria experiência. Esse foi o mesmo ano em que Trump venceu as eleições presidenciais.
Durante o mandato de Trump, Vance não poupou críticas ao então presidente, descrevendo suas propostas como “imorais e absurdas”.
A mudança de tom começou em 2019, quando Vance passou a elogiar algumas das políticas de Trump. Em 2021, ele se desculpou publicamente pelas críticas anteriores e defendeu Trump na revista Time, afirmando que o ex-presidente não deveria ser culpado pela invasão do Capitólio.
“Houve algumas maçãs podres no 6 de janeiro, muito claramente, mas a maioria das pessoas lá era realmente superpacífica”, declarou Vance sobre o motim que resultou em cinco mortes e mais de 100 policiais feridos.
Durante sua campanha ao Senado, Vance apagou postagens no X (antigo Twitter) onde criticava Trump.
Confira algumas declarações de J.D. Vance sobre Trump:
- “Eu oscilo entre pensar que Trump é um idiota cínico como Nixon, que não seria tão ruim – e poderia até ser útil -, ou que ele é o Hitler da América.” (Mensagem enviada para Josh McLaurin, em 2016)
- “Companheiros cristãos, todos estão nos observando quando pedimos desculpas por este homem. Senhor, ajude-nos.” (A declaração ocorreu no X, em 2016, após a divulgação de um vídeo de 2005 do programa “Access Hollywood” no qual Trump afirmava que poderia agarrar mulheres pela vagina por causa da fama)
- “Rapidamente percebi que as propostas políticas reais de Trump, tais como são, variam entre imorais e absurdas.” (Artigo para o USA Today, em 18 de fevereiro de 2016)
- “Trump é inadequado para o mais alto cargo da nossa nação.” (Artigo para o The New York Times, em 4 de abril de 2016)
- “O que Trump oferece é uma fuga fácil da dor. Para cada problema complexo, ele promete uma solução simples. (…) As promessas de Trump são a agulha na veia coletiva da América. (…) Trump é heroína cultural.” (The Atlantic, em 4 de julho de 2016)
- “Não tenho estômago para o Trump. Acho que ele é nocivo e está levando a classe trabalhadora branca para um lugar muito sombrio.” (Em entrevista à rádio NPR, em 17 de agosto de 2016)
- “Trump deixa as pessoas com quem me importo com medo. Imigrantes, muçulmanos etc. Por isso eu o considero repreensível. Deus quer o melhor de nós.” (X, em outubro de 2016)
- “Meu Deus, que idiota.” (X, em outubro de 2016)
- “Eu sou um cara do tipo ‘nunca Trump’. Nunca gostei dele. (…) Como alguém que não gosta de Trump, eu meio que entendo de onde vêm seus eleitores.” (Entrevista a Charlie Rose, em 18 de outubro de 2016)
- “Imagina concorrer como um populista anti-AHCA [American Health Care Act, projeto de lei apoiado pelos republicanos que revogaria parcialmente o Obamacare] que pensa que Trump é um desastre moral? Onde está meu eleitorado?” (Conversa online vazada, em 2017)
- “Acho que estamos prestes a passar por uma grande jornada.” (X, em 10 de janeiro de 2017)
- “[A política externa de Trump foi] um enorme sucesso. (…) Penso na legislação de saúde, que considero genuinamente um desastre moral e político, e estou feliz que nunca tenha sido aprovada.” (Em um evento de revista conservadora, em 9 de maio de 2019)
- “Não sou apenas um vira-casaca, sou um super vira-casaca em relação a Trump.” (Entrevista à Time, em 7 de julho de 2021)