O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu suspender o pagamento de uma multa bilionária da Odebrecht, agora Novonor, na Operação Lava Jato. Se o caso virar regra, pode gerar a possível não quitação de pelo menos R$ 25 bilhões já acordados com a União.
Este montante corresponde aos valores estipulados nos acordos de leniência firmados entre empresas investigadas pelo Ministério Público Federal, notadamente durante a Operação Lava Jato, e órgãos federais desde 2014. A decisão, proferida na última quinta-feira, isentou a empreiteira do desembolso de R$ 3,8 bilhões.
A revisão dos pagamentos de acordos de leniência, envolvendo delações premiadas de empresas, avançou em dezembro passado, quando Toffoli permitiu que o grupo J&F deixasse de pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões acordada com o Ministério Público Federal. A Polícia Federal descobriu a participação de empresários do grupo em esquemas de fraudes em fundos de pensão.
Em decorrência das decisões favoráveis à J&F e à Odebrecht, outras dez empresas, incluindo empreiteiras, construtoras e agências de publicidade, podem buscar a suspensão de pagamentos no STF. Acordos firmados com a Controladoria-Geral da União (CGU) preveem o pagamento de cerca de R$ 14 bilhões, dos quais apenas R$ 5,4 bilhões foram quitados até janeiro deste ano.
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