VÍDEO: ‘A esquerda vai ganhar as eleições e vai ser o caos’, diz Bolsonaro na reunião que planejava golpe

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 8:14
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na reunião golpista de 5 de julho de 2022. Foto: reprodução

A reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe, alvos da operação da Polícia Federal (PF) realizada na última quinta-feira (8), caracterizou-se por uma atmosfera de nervosismo, ofensas, palavrões e destempero do ex-capitão.

De acordo com relatórios da Polícia Federal, Bolsonaro utilizou a reunião para “coagir os ministros e todos os presentes a aderirem à desinformação ilícita apresentada”, abordando temas como fraude eleitoral e a alegada conexão do PT com o PCC.

Em vídeos divulgados pela colunista Bela Megale, do Globo, Bolsonaro é retratado visivelmente alterado, lançando ataques contra seu então adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e proferindo insultos repetidos aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.

“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida de que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, afirmou Bolsonaro.

O ex-mandatário também questiona a imparcialidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Barroso e Fachin, e sugere que estão preparando uma fraude para garantir a vitória de Lula nas eleições.

“Alguém acredita em Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes? Se acreditar, levanta braço? Acredita que são pessoas isentas?”, questionou Bolsonaro. Vale destacar que todos permanecem em silêncio diante do questionamento do ex-capitão.

Em um tom elevado, Bolsonaro admite não entender como foi eleito em 2018, referindo-se à sua ascensão ao poder como uma “cagada do bem”. “Como é que eu ganho uma eleição, um fodido como eu? Deputado do baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado, uma porra de um deputado”, disse.

Além disso, Bolsonaro admite que o convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às Forças Armadas para integrar o comitê de transparência eleitoral foi um erro, embora destaque que isso beneficiou seu governo.

“O TSE cometeu um erro [inaudível] quando convidou as Forças Armadas para participar da comissão de transparência eleitoral. Cometeu um erro. Eles erraram. Pra nós, foi excelente. Eles se esqueceram de que sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, disparou.

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