O ministro Gilmar Mendes abraçou Luís Roberto Barroso, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), e gerou espanto nos convidados ao redor. Os magistrados têm um histórico de brigas e o gesto assustou o presidente Lula e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O discurso que representa os ministros da Corte na chegada de um novo presidente é da responsabilidade do decano e Gilmar completou 21 anos como membro do STF em junho deste ano. Em sua fala, o magistrado disse que a posse de Barroso “coroa uma carreira jurídica de excelência” e finalizou: “Seja feliz”.
Veja:
Melhor que o abraço do Barroso no Gilmar é o olhar de espanto do Lula, do Lira e do Pacheco. Eu também teria caído duro ? pic.twitter.com/KTFaxMWdcX
— Christian Lynch (@CECLynch) September 28, 2023
Os magistrados já protagonizaram algumas discussões na Corte nos últimos anos. Um exemplo é uma sessão plenária de 2018, quando eles julgavam uma ação sobre doações eleitorais e Gilmar soltou uma indireta ao colega, dizendo que ele estaria “dando uma de esperto” e fazendo “manobras” para conseguir resultados de seu interesse.
O comentário era uma referência a um voto de Barroso na Primeira Turma que revogava a prisão preventiva de médicos e funcionários de uma clínica de aborto. “Você é uma pessoa horrível. Uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. É muito penoso para todos nós ter que conviver com vossa excelência”, respondeu Barroso na ocasião.
No ano anterior, Barroso havia dito que o colega tinha “parceria com a leniência” e o decano retrucou dizendo que não atuava como “advogado de bandidos internacionais”. A fala se referia à atuação do colega na defesa do italiano Cesare Battisti, quando ainda era advogado.
A discussão mais recente ocorreu em abril de 2021, quando eles divergiram no debate sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo do triplex do Guarujá. Barroso reclamou de “grosserias” do colega e Gilmar rebateu: “Moralismo é a pátria da imoralidade”.