O candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) disse que a Operação Lava Jato foi usada para tirar o petista das eleições de 2018 e que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 foi “injusto”. As declarações ocorreram durante a sabatina promovida por Folha de S.Paulo e UOL, nesta quinta-feira (29).
O ex-governador de SP negou que tenha havido um golpe contra Dilma, mas afirmou que se posicionou contra o impeachment dentro do PSDB, partido em que estava na época.
“Você não pode dizer que foi golpe porque quem presidiu foi o Supremo Tribunal Federal. Se perguntar se foi injusto, eu acho que foi. Foi injusto, porque na realidade a Dilma é uma pessoa correta, honesta, aliás, com quem eu tive sempre um bom relacionamento, fizemos ‘N’ parcerias. Eu era sempre criticado por tratá-la bem”, declarou Alckmin.
Sobre a Lava Jato, o ex-tucano disse que a operação foi criada com o objetivo de manchar a imagem de Lula. “Minha opinião: acho que foi feita para tirar o Lula da eleição em 2018. Isso se comprovou depois”, disse o ex-governador de São Paulo. “Não tinha nenhuma razão para o processo estar lá em Curitiba, não havia competência para isso, e havia parcialidade, porque se tinha conversas [entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores].”
Ao ser questionado se é apenas “formalidade” o veredito de parcialidade de Moro na Lava Jato, Alckmin disse que não. “Isso é extremamente grave porque o Ministério Público tem o dever de defender a lei. E o juiz tem que ser imparcial”, afirmou.
“Lula, em 2018, foi injustiçado e acho que a população reconhece isso. Houve desvios na Petrobras? Houve, e devem ser punidos. O que a população quer? Que a justiça seja feita, que ela seja correta, absolva quem não cometeu delito, e puna quem cometeu. Não achei, por exemplo, correto o Moro, tendo sido o juiz da causa que tirou o Lula da disputa, depois aceitar ser ministro de quem ganhou. Quer dizer, é estranho”, declarou durante a sabatina.