A sessão da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados destinada a discutir a guerra na Faixa de Gaza terminou em confusão e troca de acusações. O deputado bolsonarista Abilio Brunini (PL-MT), conhecido por provocar tumultos e se envolver em “barracos” no Congresso, gerou revolta ao associar o apoio humanitário enviado à região ao grupo considerado terrorista Hamas.
A afirmação provocou indignação dos participantes, resultando em um acalorado confronto verbal. Ualid Rabah, presidente da Federação Palestina no Brasil (Fepal), chamou Abilio de “bandido”, “assassino” e “nazista”, enquanto o deputado acusava os presentes de “defender terroristas”.
A Polícia Legislativa precisou intervir para apartar os ânimos, ainda que nenhum dos envolvidos na discussão tivesse se movido em direção ao outro.
O evento foi parte de uma série de sessões agendadas para abordar o conflito entre Palestina e Israel. A primeira sessão, que tratou da questão palestina, foi presidida pelo deputado João Daniel (PT-SE). Já a segunda parte, focada na perspectiva israelense, foi interrompida devido ao tumulto e ao esvaziamento da sala.
Diversos especialistas e representantes de organizações foram convidados para oferecer suas análises, incluindo figuras como Arlene Clemesha, historiadora e diretora do Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo, Carima Atiyel, representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, e Berenice Alves de Melo Bento, professora do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), entre outros.
Alguns dos convidados para apresentarem a perspectiva israelense, André Lajst, doutorando em Ciência Política e especialista em Israel e Oriente Médio, e Heni Ozi Cukier, cientista político, mais conhecido como “professor HOC”.
“Quem governa Gaza é o Hamas. E o governo brasileiro alimentando o espaço de Gaza em que está mandando o Hamas. Gaza tem que ser liberta desse povo comunista e terrorista. O governo brasileiro não deve ficar mandar insumos para a administração em Gaza”, afirmou o bolsonarista após o encerramento debate.