VÍDEO: Bolsonaro admite medo de ser preso por receitar cloroquina e mentir sobre o sistema eleitoral

Atualizado em 30 de agosto de 2021 às 12:34
Presidente Bolsonaro dá entrevista a uma emissora de rádio de Goiás
Bolsonaro dá entrevista a uma emissora de rádio de Goiás

Bolsonaro diz que tem medo de ser preso pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quando deixar a presdência.

Em entrevista à uma rádio de Goiás, reclamou da “criminalização” da defesa de temas como voto impresso e tratamento precoce – ambos alvo de inquéritos e investigações pelas autoridades.

Estilo ‘nonsense’ e ‘tenso’ de Bolsonaro preocupa EUA

Presidente Jair Bolsonaro encontra o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, nesta quinta-feira (5). — Foto: Divulgação/Embaixada dos Estados Unidos

Da BBC

Quando o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o Assessor Especial do presidente americano Joe Biden, Juan González, entraram no gabinete de Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, no último dia 5, não esperavam uma conversa de melhores amigos.

Mas o que encontraram foi descrito à BBC News Brasil como “nonsense” e “tenso” por oficiais americanos.

Do encontro sobraram não só uma foto de um aperto de mão de Sullivan, de máscara, e Bolsonaro, sem máscara e oficialmente não vacinado, mas também uma preocupação dos americanos com a saúde da democracia brasileira, diante das alegações sem provas do presidente brasileiro de fraude eleitoral nas urnas eletrônicas. (…)

A administração Biden sempre esteve ciente de que Bolsonaro defendia publicamente as falsas alegações de Trump sobre as eleições. (…)

Bolsonaro foi o último líder do G-20 a reconhecer a vitória de Biden.

O que os americanos não esperavam é que Bolsonaro dissesse tais coisas diante de Sullivan e Gonzalez, ambos altos representantes do governo a serviços dos democratas há anos.

Segundo autoridades com conhecimento dos fatos, ambos ouviram o suficiente para deixar o encontro preocupados com a democracia no Brasil.

Sullivan foi às redes sociais enunciar que a “gestão Biden defende um hemisfério seguro e democrático”.

Já Juan Gonzalez fez uma coletiva de imprensa sobre a viagem para Brasil e Argentina na qual falou, na maior parte do tempo, da democracia brasileira.

“Fomos muito diretos em expressar nossa confiança na capacidade de as instituições brasileiras conduzirem uma eleição livre e limpa e enfatizamos a importância de não ser minada a confiança no processo de eleições, especialmente porque não há indício de fraude nas eleições passadas”, disse Gonzalez, sobre o teor da conversa com Bolsonaro. (…)

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Sem noção, Bolsonaro diz a enviados de Biden que Trump foi roubado nas eleições dos EUA

Na reunião, Bolsonaro expressou à missão americana que mantém firme sua convicção de que Trump foi vítima de uma fraude.

A informação é do jornal O Globo.

As palavras de Bolsonaro causaram estupor na delegação.

Somente na noite de sexta, quando a missão americana encerrava sua visita à Argentina, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou uma nota na qual informa que “sobre a questão das eleições brasileiras, a delegação afirmou ter grande confiança na capacidade das instituições brasileiras de realizar uma eleição justa em 2022. Também ressaltou a importância de preservar a confiança no processo eleitoral que tem longa história de legitimidade no Brasil”.

O comunicado foi uma resposta aos ataques públicos de Bolsonaro à urna eletrônica, ao TSE e ao STF.

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O presidente não mudou sua adesão às falsas denúncias de Trump e deixou isso claro aos enviados de Biden.

Bolsonaro disse aos funcionários da Casa Branca que o governo deles é resultado de uma fraude.

No começo de janeiro, horas após o Congresso americano oficializar a vitória de Biden, Bolsonaro insistiu em apoiar a tese da fraude.

Na época, o presidente brasileiro afirmou que o Brasil “terá um problema pior que os EUA se não houver voto impresso em 2022”.

Sete meses depois, ele continua pensando as mesmas coisas e não escondeu isso da delegação americana.