O presidente Jair Bolsonaro (PL) parece bastante incomodado com a decisão do WhatsApp em contribuir com o TSE( Tribunal Superior Eleitoral) para evitar a disseminação de fake news no período eleitoral. Depois de ter tratado o acordo entre o Tribunal e o aplicativo de “inadmissível”, ele afirmou nesta sexta-feira (16) que pretende se reunir com a equipe da empresa.
Em declarações dadas à CNN Brasil, Bolsonaro deixou claro que não pretende aceitar de bom grado a decisão do WhastApp em manter o Brasil de fora das atualizações de grupos. Segundo o anúncio, o aplicativo permitirá que vários grupos se unam num só para mais de 2 mil usuários, mas isso só chegará no país após as eleições 2022, segundo o acordo.
“Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar o acordo. Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, afirmou.
E Bolsonaro foi além, deixando claro que vai preparar uma guerra contra o Tribunal. “Vou buscar o CEO do WhatsApp essa semana e quero ver que acordo é esse. Se é para o mundo todo, não posso fazer nada, agora, só para o Brasil, e volta a ser pro mundo todo depois das eleições, quer prova mais clara de interferência como essa na liberdade de expressão?”, questiona.
O presidente já havia ficado inconformado com o acordo quando ele foi anunciado. “Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? ‘Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news?'”, havia reclamado.