Em transmissão ao vivo no dia 24 de março, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse confiar no então ministro da Educação, Milton Ribeiro, após a revelação do esquema que formou um gabinete paralelo com pastores no MEC.
Na manhã desta quarta-feira (22), Ribeiro foi preso pela Polícia Federal em uma operação que investiga justamente o favorecimento aos líderes religiosos pelo ministério antes comandado por ele.
“Se o Milton estivesse armando não teria colocado [as reuniões com pastores] na agenda aberta ao público. O Milton, eu boto minha cara no fogo por ele. Estão fazendo uma covardia. A Polícia Federal, ontem eu pedi para abrir o procedimento para investigar o caso também”, afirmou o chefe do Executivo.
“Tem gente que fica buzinando: ‘Manda o Milton embora que a gente tem alguém pra indicar aqui’. Duvido botar para o público o nome, não faz isso porque se der errado a culpa é minha”, declarou Bolsonaro, que afirmou que o próprio ministro havia pedido esclarecimentos”, acrescentou. Quatro dias depois, Ribeiro foi demitido.
Os pastores ligados ao ex-ministro gozavam de trânsito livre no governo, organizavam viagens com lideranças do FNDE e intermediavam encontros com prefeitos. Os religiosos tinham em um hotel de Brasília uma espécie de QG para negociação de recursos. Ali, recebiam prefeitos, assessores municipais e também integrantes do governo.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos — as duas principais figuras apontadas como lobistas que atuavam no MEC.
Veja abaixo a fala de Bolsonaro: