O ex-presidente Jair Bolsonaro fugiu de perguntas da imprensa sobre ter conversado com militares sobre golpe de Estado após a vitória de Lula nas eleições de 2022. Em coletiva de imprensa, ele disse que é responsável somente pelo que assinou como presidente e que sempre houve a possibilidade de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em “caso de distúrbio”.
“Me apontem um só ato meu que eu tenha jogado fora daquilo que a lei permite. Sou responsável por tudo aquilo que assinei”, afirmou. Questionado se havia discutido alguma ação com militares contra a vitória de Lula na disputa eleitoral, ele respondeu: “Você viu movimentação de um soldado por aí?”.
O ex-presidente ainda disse que as discussões sobre uma possível GLO sempre existiram durante sua gestão, incluindo durante o período eleitoral. “Sempre se discutiu. Durante as eleições, a possibilidade existia, no caso de um distúrbio”, disse Bolsonaro.
Ele se irritou com jornalistas durante a coletiva e acabou deixando o local junto com seu advogado, Fábio Wajngarten. Veja:
➡ Bolsonaro se irrita ao ser questionado se discutiu GLO depois das eleições
Em entrevista após depoimento na sede da PF nesta quarta-feira (18/10), o ex-presidente foi questionado se teria discutido com militares uma operação para Garantia da Lei e da Ordem após o resultado… pic.twitter.com/qBGA4JH4Eh
— Metrópoles (@Metropoles) October 18, 2023
Bolsonaro foi convocado pela Polícia Federal para depor no caso dos empresários golpistas nesta quarta (18). Ele prestou depoimento por escrito à corporação, que já havia marcado sua oitiva para agosto mas adiou após pedido de sua defesa.
A decisão de convocar o ex-presidente ocorreu após a PF encontrar mensagens para o empresário Meyer Nigri pedindo que ele repassasse “ao máximo” fake news que sugeria fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele afirmou que o objetivo do inquérito que investiga os empresários, da relatoria de Alexandre de Moraes, tem o objetivo de “calar Luciano Hang”.
“O que de importante aconteceu no início desse inquérito, o objetivo foi atingido, calar o Luciano Hang, que tinha 10 milhões de seguidores. Inibir também outras pessoas que eram simpáticas a mim”, afirmou o ex-presidente.
➡️ Jair Bolsonaro depôs nesta quarta-feira (18) à Polícia Federal sobre o inquérito que investiga um grupo de WhatsApp de empresários suspeitos de planejar um golpe de Estado
? Leonardo Martins/UOL/18.out.2023 pic.twitter.com/SF4vBZXtMQ
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