No fim do terceiro bloco do debate da Globo, realizado na noite de sexta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou os 10 segundos que recebeu após ser interrompido por uma manifestação da plateia para repetir o lema fascista que já vem utilizando há anos. “Deus, pátria, família e liberdade… Obrigado, meu Deus, por esse momento”, disse ele, olhando para cima e erguendo os braços.
O slogan do candidato à reeleição é uma versão maior de um lema do movimento fascista Ação Integralista Brasileira (AIB), criado nos anos de 1930.
Deus se refere a influência religiosa cristã dos integralistas, colocando a figura divina em primeiro lugar, ocupando o topo da estrutura hierárquica social, como os participantes do movimento entendiam, já que Deus era quem “dirigia o destino dos povos”.
Já pátria, para os integralistas, representava “nosso lar”. A intenção deles era apresentar uma unidade do povo brasileiro dentro do território, como uma contraposição à divisão da sociedade em classes. O movimento queria alcançar essa unidade constituindo um Estado integral, que harmonizasse os diferentes interesses existentes na sociedade.
Dentro desse conceito, família era a menor unidade da organização social, sendo o “início do fim de tudo”, garantindo a manutenção da tradição.
O integralismo foi um partido e movimento político que surgiu no Brasil na década de 1930 e foi influenciado pelos ideais e práticas fascistas que se desenvolveram na Europa com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Bolsonaro repete lema fascista “Deus, Pátria, Família e Liberdade” ao final do 3º bloco do #DebateNaGlobo #UOLEleições2022 pic.twitter.com/9hdI5wp7uu
— UOL Notícias (@UOLNoticias) October 29, 2022