O uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19 voltou a ser defendido nesta quarta-feira (27) pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), durante discurso no Conselho Federal de Medicina. O ato foi aplaudido por uma plateia de médicos presentes no local.
O evento aconteceu dois dias após a PGR (Procuradoria-Geral da República) solicitar o arquivamento da investigação aberta a pedido da CPI da Covid, gerada pelas propagandas feitas por Bolsonaro a favor da hidroxicloroquina. No momento, o chefe do Executivo alegou que ”teve uma experiência muito forte de interferência na autonomia médica” na pandemia.
Segundo o presidente, ele chegou a tomar os remédios do chamado ”tratamento precoce” – que não tiveram sua eficácia comprovada cientificamente – e acredita que ficou curado exatamente por isso. ”No dia seguinte estava bom. Se foi em função disso ou não… Para mim foi”, declarou.
A CPI havia pedido para que o presidente fosse indiciado sob suspeita da prática de crimes de charlatanismo, contudo, a PGR pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o caso fosse arquivado, argumentando que o chefe do Executivo ”acreditava sinceramente” na eficácia dos medicamentos.
Ele ainda criticou os senadores Omar Aziz (PSD) e Radolfe Rodrigues (Rede), presidente e vice da CPI da Covid, e Renan Calheiros (MDB), relator da comissão. Na sequência, disse que poderia ter ”acabado rapidinho” com a CPI se tivesse aceitado a proposta que permitia aos estados comprarem vacinas que não tinham aval da Anvisa.
”Quem pagava a conta era eu. Não aceitamos isso aí e me acusaram no final de charlatanismo”, afirmou.
Confira abaixo uma gravação do momento:
Bolsonaro ironiza cúpula da CPI da Covid e é aplaudido no Conselho Federal de Medicina.
Presidente se referiu a Omar Aziz e Renan Calheiros como “honestíssimos” e chamou Randolfe Rodrigues de “fala fino”.
Ele também defendeu o uso de medicamentos sem eficácia contra a doença. pic.twitter.com/gZaBNs0dx5
— Metrópoles (@Metropoles) July 27, 2022
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