As chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul podem resultar na necessidade de importação de arroz e feijão pelo Brasil, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista nesta terça-feira (7) no programa “Bom dia, presidente”.
“Agora com as chuvas, eu acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Portanto, se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter de importar arroz, a gente vai ter de importar feijão, para que a gente coloque na mesa do brasileiro [um produto] com o preço compatível com aquilo que ele ganha”, declarou Lula.
Lula mencionou que o governo federal já discutia o preço dos grãos antes dos temporais que afetaram a região nos últimos dias. “Fiz uma reunião com o ministro Paulo Teixeira e com o ministro [Carlos] Fávaro sobre a questão do preço do arroz e do feijão, porque estavam caros e eu disse que não era possível a gente continuar com o preço caro”, explicou o presidente.
O presidente destacou que o argumento era de que “a área plantada estava diminuindo e que havia o problema do atraso da colheita no Rio Grande do Sul”. O estado é um importante produtor de arroz, liderando a produção nacional em 2022, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com uma safra de 7.671.078 toneladas.
Informações fornecidas pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) apontam que entre 29 de abril de 2024 e a segunda-feira, dia 6 de maio de 2024, as enchentes resultaram em prejuízos financeiros superiores a R$ 967,2 milhões. Destes, R$ 423,8 milhões foram registrados no setor agrícola.
Os R$ 423,8 milhões de prejuízo na agricultura, correspondem apenas a 25 dos 336 municípios que tiveram o estado de calamidade pública decretado. Isso indica que o valor total dos prejuízos tende a ser muito maior.
Desde o início da semana passada, as intensas chuvas atingiram 388 municípios do Rio Grande do Sul, de acordo com o último balanço do governo. Até o momento, foram confirmadas 90 mortes, 132 desaparecidos e 361 feridos.
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