O empresário Gilberto Sandri, de tradicional família do ramo de comércio e hotelaria da cidade de Itajaí, no litoral de Santa Catarina, aparece em um vídeo compartilhado em redes sociais tirando uma faca personalizada do atual presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL), e ameaçando:
Olha, a faca já está preparada para cortar a cabeça do Lula, aqui, ó
Exclusivo: Manuseando faca com o nome de Bolsonaro, empresário de Santa Catarina ameaça "cortar a cabeça" de Lula pic.twitter.com/IvUPCqF518
— DCM ONLINE (@DCM_online) November 2, 2022
A família Sandri é dona, entre outros estabelecimentos, do Hotel Vitória, do Sandri Palace Hotel e do hotel ItajaiTurí. Pessoas que conhecem o empresário o descrevem como um cidadão pacato, que nunca demonstrara, ao longo da vida até hoje, arroubos de violência ou intolerância.
Seu comportamento parece ter deteriorado em meio ao fluxo extremista de direita que atingiu em cheio o município catarinense e toda a região em volta. Nesta terça-feira (2), Itajaí viveu um dia de protestos golpistas. Milhares de pessoas foram à frente de uma instalação da Marinha do Brasil na cidade e, no melhor estilo vivandeiras de quartel, gritaram para quem quer que estivesse usando alguma farda ali dentro: “Vem pra rua! Vem pra rua!”.
Já na BR-101, no trecho em que a rodovia passa por Itajaí, policiais da tropa de choque tiveram que agir para acabar com um bloqueio de inconformados com o resultado da eleição presidencial.
Para o presidente municipal do Partido dos Trabalhadores em Itajaí, Gerd Klotz, a onda extremista que tomou a cidade é algo feio de se ver, mas é passageiro e não reflete o real caráter do povo de Itajaí e Santa Catarina:
Nós somos o amor. Nós, um terço dos catarinenses que votamos em Lula e Décio (Lima, candidato do PT ao governo de Santa Catarina, derrotado no segundo turno), somos amor. E não estamos sozinhos. Há um outro terço ou mais que acredito que também seja, mas eles estão equivocados, se deixaram enganar e ser levados por esta onda absurda de ódio e desamor. Mas isso vai passar. Vai sobrar uma minoria extremista, com quem deveremos conviver e enfrentar.