O deputado bolsonarista Zacharias Calil (União-GO) levou ao plenário da Câmara uma barriga inflável e um boneco que simula um bebê para fazer uma demonstração de como funciona um aborto. O episódio ocorreu em sessão conjunta do Congresso Nacional nesta terça (28).
A simulação foi feita para criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que dificultava o acesso ao aborto para vítimas de estupro.
Chamando o boneco de “criança”, ele defendeu a proibição do procedimento. “Isso é feticídio. Nós não podemos permitir que isso aconteça com nossas crianças. Isso é proibido no Conselho Federal de veterinários, em animais, isso é proibido na pena de morte”, afirmou Calil.
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Zacharias Calil (União Brasil-GO) criticou a decisão do STF de suspender norma que dificulta aborto a vítimas de estupro
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— Metrópoles (@Metropoles) May 28, 2024
O deputado ainda disse às pessoas que criticam a norma do CFM que a adoção ainda existe. “O pessoal critica, mas nós temos a adoção. Pode levar a gestação até o final. Existe uma fila de adoção que vai daqui até Goiânia”, prosseguiu o bolsonarista.
A norma do CFM proíbe a utilização da técnica clínica de assistolia fetal, injeção de uma solução de cloreto de potássio e de lidocaína no coração do feto, para interromper uma gravidez acima de 22 semanas depois do estupro. A medida foi suspensa por Moraes após ação movida pelo PSOL e o conselho de medicina recorreu da decisão do magistrado na última segunda (27).
A resolução do conselho foi criada após uma nota técnica do Ministério da Saúde que autorizava o aborto em caso de estupro até nove meses. A pasta revogou a medida posteriormente.