Nesta segunda-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ser indagado por jornalistas sobre sua estadia na embaixada húngara, quesionou: “É algum crime dormir na embaixada?”.
Em fevereiro, o ex-mandatário brasileiro passou duas noites na Embaixada da Hungria após ter seu passaporte apreendido, conforme o jornal americano “The New York Times”.
No âmbito do direito internacional, as embaixadas são consideradas áreas invioláveis, o que significa que Bolsonaro só poderia ser abordado por agentes brasileiros, mediante uma nova operação e com o consentimento do governo húngaro. Visto isso, a ação de dormir no local poderia significar certa estratégia do ex-presidente em “fugir” de possíveis novas operações nas quais ele seria alvo.
As declarações sobre o caso ocorreram após o ex-capitão deixar um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, na noite de segunda-feira (25).
“Por ventura, dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?”, perguntou. “Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada?”.
Deus Proteja o @jairbolsonaro . pic.twitter.com/20HyTTzzxP
— ?? VLOGDOLISBOA (@VlogdoLisboa) March 26, 2024
Embaixada da Hungria
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, para uma reunião após a revelação da estadia de Bolsonaro na embaixada.
No campo diplomático, o gesto de chamar um embaixador para conversas carrega um simbolismo que varia conforme o contexto. No caso da Hungria, o Brasil buscava esclarecimentos precisos sobre a visita de Bolsonaro à embaixada.
Data da visita
As informações divulgadas pelo jornal nesta segunda-feira (25) indicam que a estadia ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro. No dia 8 daquele mês, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal relacionada a uma suposta tentativa de golpe de estado, resultando na apreensão de seu passaporte.
Em nota, a defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente ficou dois dias hospedado na embaixada, “a convite”. Segundo os advogados, Bolsonaro utilizou o tempo para manter contatos com autoridades húngaras e discutir os cenários políticos dos dois países.
PF irá investigar
De acordo com a colunista do G1, Andréia Sadi, a Polícia Federal (PF) iniciará uma investigação sobre as circunstâncias da visita de Bolsonaro à embaixada. Conforme a legislação, o ex-presidente não poderia ser detido em uma embaixada estrangeira, pois esses locais estão legalmente fora da jurisdição das autoridades locais.
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