O embaixador da Palestina no Reino Unido, Husam Zomlot, deu uma aula ao jornalista Lewis Vaughan, da BBC, sobre o conflito entre Israel e o grupo armado Hamas nos últimos dias. Ele deixa claro que o debate mais importante sobre o episódio é “como impedir os massacres de Israel contra civis palestinos”.
O entrevistador ignorou o contexto histórico dado pelo embaixador e pediu para ele se limitar aos últimos dias de conflito, respondendo se apoia ou não o ataque promovido pelo Hamas.
“Essa não é a pergunta correta, Lewis. Não é uma pergunta importante. O Hamas é um grupo militante. Você está falando com o representante palestino. A nossa posição é bem conhecida e bastante clara”, responde Zomlot.
O jornalista insiste na pergunta e Zomlot lembra que Israel tem atacado civis “e isso não tem ocorrido só nas últimas 48 horas”. “Hamas não é o governo palestino, ok? O governo israelense está mobilizando seu exército organizado. Então, por favor, não trace uma falsa simetria aqui. Não equipare as duas coisas. Não há como traçar uma simetria. Não equipare o invadido e o invasor”, prossegue o embaixador.
Ele ainda deixa claro que ser obrigado a emitir uma manifestação sobre o ataque do Hamas “não é uma argumentação justa”. “A questão que realmente importa é: como nós interrompemos esse ciclo vicioso mortal?”, conclui.
Husam Zomlot, embaixador da Palestina no Reino Unido, confronta a abordagem enviesada da mídia durante uma entrevista para o jornalista Lewis Vaughan Jones da BBC. pic.twitter.com/Y3WUv4qGOv
— Pensar a História (@historia_pensar) October 9, 2023
Os ataques aéreos de Israel deixaram pelo menos 687 palestinos mortos e 3.726 feridos. Os bombardeios são uma resposta ao ataque promovido pelo grupo armado Hamas no último sábado (7), que matou mais de 700 israelenses.
Israel ainda promoveu um “cerco total” a Gaza, cortando o fornecimento de luz, alimentos e combustíveis. Após os ataques, um porta-voz da Brigada Al-Qassam, braço armado do grupo, prometeu executar um refém a cada ataque “sem aviso prévio” dos israelenses.
As medidas tomadas por Israel podem levar os hospitais de Gaza a um colapso e aumentar ainda mais o número de mortes na região. Médicos e organizações de saúde do território têm pedido auxílio para a comunidade internacional pressionar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a liberar a passagem de medicamentos e combustíveis.