VÍDEO: “Eu não tenho que gostar do presidente da Argentina”, diz Lula

Atualizado em 21 de novembro de 2023 às 15:11
O presidente Lula durante formatura do Instituto Rio Branco, a escola da diplomacia brasileira. Foto: Reprodução

Sem citar o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, Lula afirmou que não tem a obrigação de gostar do mandatário do país. Durante discurso na cerimônia de formandos do Instituto Rio Branco, escola da diplomacia brasileira, o petista afirmou os chefes de Estado não precisam ser amigos, basta “conviver democraticamente na adversidade”.

“Estamos vivendo algumas confusões na América do Sul. Não é mais a mesma de 2002, 2004 e 2006. Nós vamos ter problemas políticos e, ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los, tentar conversar, tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade”, afirmou o presidente.

“Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo, ele tem que ser presidente do país dele e eu tenho que ser presidente do meu país. Nós temos que ter política de Estado brasileiro e ele, do Estado dele”, prosseguiu.

Durante a campanha eleitoral, Milei chamou Lula de “comunista” e “corrupto”, motivo pelo qual ele não deve comparecer à sua cerimônia de posse. O presidente eleito do país também disse que não manteria relações com países que ele considera “socialistas”, como Brasil, Rússia e China.

Milei também deve acabar com a tradição diplomática entre Brasil e Argentina, de visitar o país vizinho após ser eleito.

Lula defende que os chefes de Estado devem “sentar na mesa” e “defender seus interesses”. “A gente tem que chegar a um acordo. Essa é a arte da democracia”, finalizou o petista.

Milei venceu o peronista Sergio Massa por 55% a 44%. Lula parabenizou o novo governo argentino em publicação nas redes, mas não citou diretamente o presidente eleito após sua vitória nas eleições e nem conversou diretamente com ele após o resultado.

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Paulo Pimenta, afirmou que Lula só deveria conversar com ele depois de uma ligação “para pedir desculpa” pelos ataques.

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