Nesta segunda-feira (18), logo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em que fez novos ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, se pronunciou sobre as desinformações propagadas no encontro.
O ministro afirmou que há um “inaceitável negacionismo eleitoral” por parte do chefe do Executivo e que “é muito grave a acusação de fraude, a acusação de má-fé a uma instituição, mais uma vez sem apresentar prova alguma”.
”Diversas inverdades estão sendo mais uma vez assacadas contra a Justiça Eleitoral”, disse o ministro. Segundo o próprio, o debate sobre as eleições “tem sido achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social”.
“Essa é a manipulação: tentar sequestrar a ação comunicativa e, desse modo, a opinião pública”, continuou. “Ainda mais grave, é o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas, cujo relevante papel constitucional a ninguém cabe negar como instituições nacionais, regulares e permanentes do Estado, e não de um governo. É hora de dizer basta.”
Além da reação do presidente do TSE, o discurso de Bolsonaro não atingiu o objetivo que ele esperava. Além de ter recebido aplausos tímidos dos embaixadores, ele fez o termo ”Mentiroso da República” se tornar um dos assuntos mais comentados das redes.
Veja abaixo a resposta de Fachin a Bolsonaro:
Fachin reage à reunião de Bolsonaro com embaixadores. “Inaceitável negacionismo eleitoral”.
Presidente do TSE disse que envolver a política internacional e as Forças Armadas é um fato “ainda mais grave”.
“São forças de Estado e não de um governo”, ressaltou. pic.twitter.com/8xOLrdxLpN
— Metrópoles (@Metropoles) July 18, 2022