Numa intervenção em plenário, ontem durante a discussão do Fundeb, a deputada federal Fernanda Melchionna, do PSOL do Rio Grande do Sul, deu oportunidade ao Brasil de conhecer o despreparo de políticos do Novo.
Ela se destacou não apenas na questão retórica, quando disse tem grande capacidade de ouvir bobagens, mas quando falou que o deputado Fernando Mitraud não conhecida a educação pública. “Deve ter estudado a vida inteira em escola privada”, comentou
“Eu estudei em universidade pública, deputada”, respondeu ele.
“Eu conto ou vocês contam?”, perguntou Fernanda Melchionna em seu facebook.
O que estava sendo discutido era justamente o maior investimento na educação básica, e um dos objetivos é melhorar a educação pública na fase anterior à universidade, para que os filhos dos pobres tenham as mesmas oportunidades que os filhos de classe média e dos ricos. E possam também cursar os melhores cursos das universidades públicas.
Incrível que Mitraud e os colegas do Partido Novo não tenham tido esta compreensão ao debater o Fundeb.
Tiago Lima Mitraud de Castro Leite, esse é o nome completo dele, cursou administração na Universidade Federal do Paraná e, segundo informa em seu currículo, fez também Harvard Business School — incrível como o nome da universidade dos Estados Unidos tem sido citado rotineiramente como acessório de brasileiros despreparados em geral.
Mas que posam de bacana.
Tiago Mitraud já atuou como presidente da Brasil Júnior, em 2010, foi como gerente de produto na Fundação Estudar entre 2011 e 2014 e, entre 2015 e 17, CEO da mesma instituição.
Ele se elegeu em 2018 com mais de 70 mil votos, com proposta de mudar a educação. Deveria começar estudando a diferença entre educação básica e ensino superior.
Já Fernanda Melchionna Silva é formada em biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem pós-graduação em história, e é bancária licenciada do Banrisul, banco público gaúcho.
Nascida em Alegrete, no interior do Estado, militou ao lado do pai no PT, partido que deixou em 2004 para fundar o PSOL, depois da dissidência aberta em razão da reforma da Previdência.